Ataques a Damasco nas últimas 48h deixam mais de 200 mortos; Europa tem reação comedida

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 21/02/2018 09h32 - Atualizado em 21/02/2018 09h33
EFE/Mohammed Badra EFE/Mohammed Badra - 04/12/2015 A repercussão mesmo na Europa, que tem influência histórica na região, para não dizer que é responsável direta pela confusão geopolítica do Oriente Médio, é comedida

Os terroristas podem ter sido contidos na Guerra da Síria. Mas um dos grandes responsáveis pelas atrocidades cometidas no país continua à solta, no poder e liderando ataques contra a população sem precedentes.

Grupos de direitos humanos, como o Observatório Sírio, baseado em Londres, denunciam que as últimas 48 horas foram de absoluto horror na região da capital Damasco com mais de 200 pessoas mortas e outras centenas de feridos em bombardeios patrocinados pelo regime de Bashar al-Assad.

O enclave controlado por grupos rebeldes em Ghouta Oriental, onde vivem cerca de 400 mil pessoas, tem sido alvo de uma ofensiva aérea do governo de Damasco.

Com o apoio militar da Rússia, Assad tem vencido as batalhas contra seus opositores e Ghouta Oriental é a última posição rebelde na região da capital.

A questão é que o regime utiliza uma tática bastante cruel e controversa na tentativa de conter seus opositores.

Assim como fez na batalha por Aleppo, Assad lança claramente bombardeios contra sua própria população na expectativa de que ela se volte contra as forças rebeldes e acabe expulsando o poder paralelo.

A ONU afirma que o mundo está presenciando uma das piores batalhas da Guerra na Síria, que já dura sete anos e causou milhares de mortes até aqui, principalmente de civis.

Ainda assim, a repercussão mesmo na Europa, que tem influência histórica na região, para não dizer que é responsável direta pela confusão geopolítica do Oriente Médio, é comedida.

A França afirma que os bombardeios das últimas horas são uma violação grave do direito humanitário internacional.

Já a Rússia, que como eu disse é a grande fiadora do regime Assad, acredita que a experiência em Aleppo, que terminou vitoriosa para o regime mas trouxe cerca de 400 mil mortes, é completamente aplicável a Ghouta Oriental.

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