Casos de sífilis aumentam em todo o País e alerta tem foco em gestantes

  • Por Jovem Pan
  • 02/11/2016 07h31
Cem gestantes que fazem o acompanhamento pré-natal nas unidades básicas de saúde de Curitiba irão fazer o exame de ultrassom obstétrico - realizado entre a 20ª e a 26ª semana de gestação - no Instituto da Mulher e Medicina Fetal (Immef). Curitiba, 10/05/2014. Foto: Valdecir Galor/SMCS Valdecir Galor/SMCS Grávida

Autoridades de saúde brasileiras estão preocupadas com avanço da sífilis nos últimos anos no País.

Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, entre 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%.

Também preocupa o crescimento da sífilis em gestantes, que aumentou 20,9%, e congênita, transmitida para os bebês, que cresceu 19%.

Sidnei Ferreira, médico-secretário da Sociedade Brasileira de Pediatria, alertou para os riscos de graves sequelas que a doença pode deixar. “A sífilis é uma doença que se não for diagnosticada precocemente e tratada se torna uma doença grave. Tanto para adulto quanto para o feto”, disse.

Taxa de bebês infectados em 2015 foi de 6,5 casos a cada mil nascidos vivos, 170% a mais do que o registrado em 2010. O valor é 13 vezes maior que o tolerado pela Organização Mundial de Saúde.

Do mesmo modo, a sífilis em gestantes cresceu, passando de 3,7 para 11,2 casos a cada mil, aumento de 202%.

Esse crescimento, de acordo com o médico Sidnei Ferreira, pode ser atribuído a muitos fatores. “Se houver dificuldade de se matricular no pré-natal, ela corre o risco. O pré-natal deve ser feito por uma equipe, mas tem que ter a presença do médico e as pessoas devem ser treinadas”, alertou.

Outro ponto que atrapalha o combate a doença é a falta de penicilina no mercado, medicamento essencial para o tratamento.

Pelo baixo custo, empresas farmacêuticas não se interessam em produzi-lo em larga escala.

Contra essa situação, o Ministério da Saúde assinou pacto de combate para redução da doença em um ano.

O foco é detectar precocemente a doença no início do pré-natal e assegurar o medicamento, como explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. “Há um esforço para que tudo que está disponível seja acessível e que as pessoas estejam motivadas a buscar a identificação através de testes e o tratamento”, disse.

O ministro anunciará o aumento do preço do antibiótico para incentivar a indústria a farmacêutica a produzir o medicamento.

A compra emergencial foi feita, mas o próprio Governo assume que a solução é temporária.

*Informações do repórter Fernando Martins

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