Ciente de provável derrota, oposição tenta definir estratégia para votar denúncia contra Temer

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2017 06h41 - Atualizado em 27/07/2017 11h19
BRA100. BRASILIA (BRASIL), 12/04/2017 - Vista general de la Cámara de Diputados vacía hoy, miércoles 12 abril de 2017, en Brasilia (Brasil). Las investigaciones autorizadas por supuesta corrupción contra ocho ministros y decenas de legisladores de 14 partidos abrieron hoy otra fase de la aguda crisis política brasileña y dejaron contra la pared al Gobierno de Michel Temer. Además de ocho ministros y decenas de parlamentarios, en la lista de sospechosos están 12 de los 27 gobernadores del país y los cinco expresidentes brasileños vivos: José Sarney (1985-1990), Fernando Collor de Mello (1990-1992), Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) y Dilma Rousseff (2011-2016). EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves Parte da oposição acredita que o melhor é obstruir a sessão e não dar o quórum necessário para se votar a matéria

A votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara está prevista para o dia 02 de agosto, mas se depender de boa parte da oposição, ela pode ser postergada.

Ainda longe de conseguir os 342 votos para autorizar o início das investigações contra Temer, opositores discutem qual a melhor estratégia. Alguns defendem que, mesmo com o Governo provavelmente saindo vencedor, a votação deve acontecer na data marcada. O argumento é que os deputados contrários à denúncia iriam se expor em rede nacional e sofrer pressões para mudar de lado, por causa da baixa popularidade do Governo.

Existe a expectativa de que uma nova denúncia chegue em breve à Câmara. Já outros acreditam que o melhor é obstruir a sessão e não dar o quórum necessário para se votar a matéria.

Para a votação acontecer, é preciso 342 deputados presentes no plenário.

É o que pensa o deputado Paulo Teixeira (PT): “primeiro momento é mostrar à sociedade e ao parlamento que Michel Temer não tem mais maioria para governar. Aí sim, no momento seguinte, organizar a base para votar a licença. Eu sou por um processo de obstrução inicial até conseguirmos a maioria para votar a licença”.

Segundo cálculos de deputados próximos ao Planalto, a base aliada tem por volta de 250 votos para afastar a denúncia e continua trabalhando sobre os indecisos, que giram em torno de sessenta. O governo precisa de apenas 172.

O vice-líder do Governo, deputado Carlos Marun (PMDB), crê que é possível votar no dia 02, mas jogou para a oposição a pressão de se atingir o quórum mínimo: “sempre deixando claro que a responsabilidade do quórum é pela oposição, que quer o resultado. Eles não comparecem, nós continuamos governando”.

O presidente da Câmara Rodrigo Maia já disse que, se a denúncia não for votada no dia 02 de agosto, vai tentar votar sempre na sessão seguinte, até conseguir.

*Informações do repórter Levy Guimarães

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