CNJ vota para que advogados tenham que passar por detector de metais na entrada de tribunais

Luiz Silveira/Agência CNJ Os recursos administrativos em que a Ordem dos Advogados do Brasil pede para que servidores da Justiça tenham o mesmo tratamento do que os associados da entidade, começou a ser julgado, mas foi interrompido

A maioria do Conselho Nacional de Justiça votou para que advogados tenham que passar pelo detector de metais na entrada de dependências do Judiciário.

Os recursos administrativos em que a Ordem dos Advogados do Brasil pede para que servidores da Justiça tenham o mesmo tratamento do que os associados da entidade, começou a ser julgado, mas foi interrompido após pedido de vista.

Apesar da suspensão, a maioria que compõe o CNJ já vetou a medida.

O conselheiro João Otávio Noronha, que é corregedor nacional de Justiça, foi o primeiro a divergir.

Para ele, existem fóruns muito grandes e que isentar advogados de passar pelo raio-x colocaria em risco a segurança do local: “não é por aí que vamos fazer comunidade jurídica forte e entrosada. É preciso entender que existem muitos advogados”.

O voto do conselheiro João Otávio Noronha foi acompanhado por oito colegas.

Defendendo a medida, o representante da Associação dos Advogados de São Paulo, Márcio Kayatt, usou como exemplo o Fórum João Mendes Júnior, na capital paulista, onde mais de cinco mil cidadãos passam por lá todos os dias. Dentre eles, cerca de 500 servidores: “quem disse que destes 500 servidores algum cidadão não conseguiu um crachá na Praça da Sé? É muito fácil burlar esse sistema e eu como advogado me sinto desprotegido em saber que entram cerca de 500 pessoas neste fórum sem passar pelo controle”.

O relator do caso, o conselheiro Valdetário Monteiro, que defendeu a isonomia, não só entre advogados e servidores, mas também com magistrados, foi acompanhado pelo conselheiro André Godinho.

Se o entendimento de Monteiro vencer, os juízes também teriam de passar pelo raio-x: “quem a Ordem, em todos os procedimentos, pede posicionamento é de que haja regra única. Então, se todos passam pelo detector de metal, não tem cartaz sde que servidores e magistrados não passam”.

O pedido de vista foi feito pela conselheira Maria Teresa Ulile, que se comprometeu em trazer de volta o debate na próxima sessão no dia 08 de maio.

*Informações da repórter Natacha Mazzaro