Com pouco tempo para aprovar reforma política, FHC diz que “não se avança se não tiver consenso”

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2017 07h29 - Atualizado em 23/08/2017 12h49
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participa de debate sobre Reformas da política global sobre drogas: impactos na América Latin, organizado pela Open Society Foundations (Tânia Rêgo/Agência Brasil) Tânia Rêgo/Agência Brasil "Há pouco tempo para que a agenda da reforma política tenha eficácia para as próximas eleições. Portanto, é preciso que lideranças se entendam. Não se avança se não tiver consenso", disse FHC ao repórter Daniel Lian

Nesta terça-feira (22), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), adiou a votação da reforma política na Casa, que deve ser retomada nesta quarta (23). O texto deve ser aprovado até o fim do mês que vem pelo Senado para que possa valer para as próximas eleições no ano que vem.

Em entrevista à Jovem Pan, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que é preciso haver consenso para que a reforma avance e seja válida para as disputas em 2018: “Congresso precisa viver agenda mais definida. É o Executivo que está dando a agenda. É bom que se tenha [agenda], para que a sociedade se posicione. Há pouco tempo para que a agenda da reforma política tenha eficácia para as próximas eleições. Portanto, é preciso que lideranças se entendam. Não se avança se não tiver consenso”.

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Daniel Lian entrevistou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

Sobre as reformas propostas pelo Governo, o tucano afirmou que espera que elas saiam do papel, mas admitiu que é preciso ter uma visão mais ampla do que elas são. “Mudanças vão decorrendo no tempo e não são feitas de uma só vez. Não há plano salvador e nem pessoas salvadoras. Acredito que assim como foi feito na reforma trabalhista, que se possa ter avanços na reforma previdenciária”, disse FHC.

Questionado se Temer teria forças para avançar com as reformas, o ex-presidente acredita que sim, já que o peemedebista conhece o mecanismo do Congresso e sabe que o que conta não é a popularidade do mandatário da república, mas a credibilidade do que é proposto.

“A questão não é popularidade, mas credibilidade. Eu acho que as reformas propostas têm credibilidade e acredito que Temer se empenhará por elas, independentemente da posição do meu partido sobre as reformas, digo que PSDB é majoritariamente favorável a que elas avancem”, explicou.

O presidente Fernando Henrique não quis falar sobre a crise no PSDB, as prévias no partido, quem sai na frente na disputa interna na corrida presidencial e sobre a polêmica propaganda da legenda que admitiu erros.

Confira a entrevista completa do repórter Daniel Lian:

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