Coreia do Norte x EUA: Teremos mais ameaças do que ações concretas, avalia embaixador

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2017 09h04
KOR12 - PYONGYANG (COREA DEL NORTE), 30/5/2016.- Fotografía de archivo del 10 de octubre de 2015 suministrada por la Agencia Central de Noticias Norcoreana (KCNA) de misiles balísticos intercontinentales KN-08 exhibidos durante un desfile militar en el 70 aniversario de la fundación del Partido de los Trabajadores de Corea en Pyongyang (Corea del Norte). Según reportes Corea del Norte no tuvo éxito en el lanzamiento de un misil balístico de rango medio el 31 de mayo de 2016, según una fuente militar de Seúl. EFE/KCNA / ARCHIVO / PROHIBIDO SU USO EN COREA DEL SUR / SOLO USO EDITORIAL / NO VENTAS EFE Coréia do Norte

A Agência de inteligência de Defesa dos Estados Unidos concluiu que a Coreia do Norte já tem capacidade de produzir mísseis nucleares. A informação, divulgada nesta terça-feira (08) pelo jornal Washington Post, representa a quebra de uma importante barreira do caminho norte-coreano de se tornar uma potência nuclear.

De acordo com um relatório do governo americano, o regime de Kim Jong-un conseguiu desenvolver uma ogiva nuclear em miniatura que pode ser transportada em um míssil. No documento, a inteligência americana aumentou ainda a estimativa de tamanho do arsenal nuclear de Pyongyang. Agora, Washington calcula que o regime comunista tem até 60 armas nucleares.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o embaixador Rubens Barbosa afirmou que não se tem uma certeza de que a Coreia do Norte realmente possui tal poderio nuclear. “Tenho a impressão de que vai continuar havendo uma escalada verbal. Teremos um tempo mais de conversas e ameaças do que de ações concretas”, disse.

Para Barbosa, a escalada verbal irá existir, mas ele fez ressalvas: “guerra preventiva para impedir que a Coreia do Norte faça mais danos materiais a si ou a seus vizinhos eu acho que vai demorar um pouco, se é que vai acontecer um dia”.

Sobre o papel da China em uma espécie de intermediação de conflitos entre Coreia do Norte e os Estados Unidos, Rubens Barbosa ressaltou que a primeira tem papel fundamental, mas não possui interesse em ter uma guerra em sua fronteira.

O embaixador lembrou que a Coreia do Norte é um país pobre e com pouco material de exportação, por isso as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU foi prejudicial ao país. A pobreza do país, por exemplo, justificaria a ajuda de outros para o aumento do grau de sofisticação no lançamento de foguetes.

“A China e Paquistão, dizem, forneceram tecnologias permitindo que a Coreia do Norte as explorasse para fazer os foguetes. Talvez a aproximação da China com a Coreia do Norte explique o grande avanço tecnológico”, finalizou.

A tensão retórica entre Estados Unidos e Coreia do Norte segue em níveis elevados. Na segunda-feira, a Coreia do Norte disse que os EUA vão pagar mil vezes pelo seu crime, fazendo referência às sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU no sábado. Nesta terça, o presidente americano respondeu com outra ameaça e disse que se isso continuar, eles encontrarão fogo e fúria como o mundo nunca viu antes.

Confira a entrevista completa:

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