Debate entre candidatos para reitoria da USP aborda manutenção do Hospital Universitário

  • Por Jovem Pan
  • 20/10/2017 08h35 - Atualizado em 20/10/2017 11h37
Rovena Rosa/Agência Brasil Rovena Rosa/Agência Brasil Ato de estudantes de Medicina contra o desmonte do HU ocorreu em abril deste ano

Manutenção do Hospital Universitário é o principal ponto abordado no último debate entre candidatos à reitoria da USP. Os quatro concorrentes ao cargo máximo da Universidade de São Paulo se encontraram na Cidade Universitária nesta quinta-feira (19).

O auditório estava lotado e boa parte dos espectadores era formada por ativistas que afirmam que o hospital tem passado por um desmonte.

A unidade médica tem reduzido atendimentos nos últimos anos e também foi afetada pelo plano de demissão voluntária pelo qual passou a universidade.

O candidato da situação diz que o Hospital Universitário é imprescindível para o ensino de saúde da USP.

No entanto, o vice-reitor Vahan Agopyan quer que o Estado e os municípios ajudem a bancar o funcionamento do centro de saúde: “o que não está correto é a USP, com recursos para ensino e pesquisa, manter a saúde da região oeste de São Paulo. O HU continuará e será sempre da USP, no entanto, o Estado e os municípios têm que arcar com as suas responsabilidades”.

O candidato Ildo Sauer também quer estabelecer canais de diálogo entre a USP e os governos para a manutenção do hospital.

Contudo, o vice-diretor do Instituto de Energia e Ambiente disse que a situação do centro de saúde é uma mostra de falta de liderança da atual gestão: “a questao do HU é uma demonstração cabal da incapacidade e falta de liderança da atual gestão da USP em conduzir um problema. A solução é estabelecer diálogo com governo do Estado, Governo federal e governos municipais e movimentos comunitários”.

O candidato Ricardo Ribeiro Terra é mais cético em relação a tratativas com o poder público em relação ao centro médico. O professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas afirmou que há promessas populistas sobre a captação de recursos: “A USP vai resolver os problemas da população brasileira, então o orçamento da USP vai resolver os problemas da região. Não. A não ser que tenha o discurso populista que vão arrumar dinheiro, a questão é qual o planejamento para o ano que vem”.

A candidata Maria Arminda do Nascimento Arruda acredita que a USP deve tentar buscar parcerias com entidades públicas para bancar o hospital. A diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas disse que o centro médico e de pesquisa devolve serviços relevantes à sociedade: “questão de outra natureza é estabelecer parcerias com entidades públicas, tratar desse assunto para que eles participem do financiamento da saúde”.

A eleição para a reitoria será realizada no dia trinta e tem como eleitores integrantes da Assembleia Universitária.

O órgão é formado pelos integrantes dos conselhos e congregações que compõem as unidades e institutos da USP.

Os três candidatos mais votados compõem uma lista tríplice a ser encaminhada ao governador do Estado. Geraldo Alckmin então escolhe um dos três nomes que assumirá o cargo em substituição a Marco Antônio Zago em 25 de janeiro.

*Informações do repórter Tiago Muniz

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.