Vice-líder do governo espera mais votos na CCJ contra 2ª denúncia

  • Por Jovem Pan
  • 09/10/2017 10h56 - Atualizado em 09/10/2017 11h00
Agência Câmara Agência Câmara Perondi não vê problema moral em oferecer verbas de emendas parlamentares: "não é 'república bananeira'", garantiu

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan na manhã desta segunda (9), o vice-líder do governo na Câmara Darcísio Perondi (PMDB-RS) defendeu o presidente Michel Temer, com quem se reuniu na noite de domingo. Ele classificou as acusações que pesam na segunda denúncia contra Temer como “conspiração” do ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

Perondi também antecipou o calendário de tramitação da denúncia esperado pelo governo. “Terça (10) de tarde o relator Bonifácio Andrada lê a defesa. Há então duas sessões de prazo para começar a discussão, o que deve acontecer na semana que vem. E se houver condições, vota-se na semana que vem o relatório. Se não, será votado nos dias 23, 24”, antecipou o peemedebista.

O vice-líder do governo está otimista e espera até aumentar os votos pró-Temer na Comissão de Constituição e Justiça, que fará um relatório sobre a denúncia, em relação à primeira denúncia, que acusava o presidente de corrupção passiva e cuja tramitação foi rejeitada no plenário da Câmara.

“Possivelmente vamos aumentar os votos na Comissão de Justiça”, declarou. “E em plenário ainda tem tempo, mas muitos deputados viram que as fitas posteriores desmobilizaram a primeira denúncia do conspirador Janot”, disse.

Emendas

Darcísio Perondi não considera a distribuição de emendas parlamentares pelo governo Temer, às vésperas da votação da denúncia que pode afastá-lo do cargo, uma atitude imoral.

“Por que não receber deputados? Os deputados representam a sociedade, ouvem as suas bases, ouvem prefeitos, lideranças empresariais, comunitárias, voltam com pedidos e o presidente (receber os deputados) é normal em todas as democracias. (O Brasil) não é ‘República bananeira'”, garantiu.

O deputado lembrou ainda que as emendas são “impositivas” e afirmou que “o problema fiscal é um problema gravíssimo que o PT deixou”.

Perondi diz que Temer “é homem do diálogo” e que “o governo é semiparlamentarista entre aspas”. Ele afirmou que o presidente não se importa com os históricos baixos níveis de popularidade. A aprovação de Temer chega apenas a 3%.

“Se o presidente quisesse ficar numa jaula e olhasse para o ibope, não estaríamos com a economia reagindo”, argumentou.

O deputado refuta as acusações de organização criminosa e obstrução de justiça que pesam contra Temer com dados positivos da economia brasileira, como aumento de renda, taxa Selic e inflação baixas e desemprego em queda.

O vice-líder do governo pede “um pouco mais de esperança e olhar um pouquinho mais no horizonte”.

“Conspiração”

Perondi disse que “não existiu crime” alegado contra Temer e citou a primeira denúncia (por corrupção passiva), rejeitada pela Câmara, a qual classificou de “inepeta e inconsistente”.

O defensor de Temer fala em “conspiração” contra o Brasil.

“A conspiração do grupo de Janot do Ministério Público, que bom que ele foi embora, com dois empresários bandidos foi desmoralizada diante daquela fita”, disse, citando áudio em que Joesley Batista conversa embriagado com outro executivo da JBS, Ricardo Saud.

“(Janot) é um conspirador, um antipatriota, um irresponsável do nível de Joesley, que os dois se juntaram”, acusou Perondi.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.