Dilma tem a “oportunidade” de se defender em comissão, afirma Ferraço

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2016 08h36
Marcos Oliveira/Agência Senado - 03/05/16 senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) - ASenado

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da rádio Jovem Pan, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou que, caso a presidente afastada Dilma Rousseff, não se apresente pessoalmente para sua defesa na comissão do impeachment no Senado, ela “perderá a oportunidade”.

“Eu penso que ela deveria estar presente para que pudéssemos fazer debate face a face e pudéssemos enfrentar todas as questões investigadas não apenas na comissão, mas o conjunto da obra, ou da desconstrução que representou o Governo Dilma”, disse.

Ferraço alegou que o Código de Processo Penal fala que o advogado da defesa apenas se pronuncia nas alegações finais e que este não abre espaço para delegação. “Essa oportunidade [de defesa] é para a pessoa (…) Essa oportunidade terá que ser dada a ela. Se ela não quiser fazer, ela deve refletir, porque ela tem essa oportunidade. Se ela não for… o Código de Processo penal não permite que você terceirize isso para seus advogados”, explicou.

José Eduardo Cardozo, advogado da presidente afastada, adiantou que está avaliando aspectos políticos e jurídicos para determinar a ida ou não de Dilma à comissão.

“O que se tem que fazer é uma análise política e jurídica. Juridicamente, há algo que a presença da presidente possa trazer para um esclarecimento que não foi feito? Essa é a primeira questão que só pode ser analisada depois do depoimento das testemunhas e da perícia. Do ponto de vista político é recomendável que ela venha? Essa é uma outra questão”, disse.

Depoimentos da defesa

Questionado se o tempo de depoimentos de defesa não está se alongando muito, Ferraço afirmou que está sendo respeitada a decisão do Supremo Tribunal Federal.

“O Código de Processo Penal pede que se tenha cinco testemunhas por fato. Deveríamos ter 10 testemunhas, mas estamos com 40 por conta da decisão do Supremo. Estamos seguindo todo esse processo para não gerar aquilo que poderia se valer a presidente e seu advogado como cerceamento de defesa”, disse.

Segundo o senador tucano, Dilma teria chance de 10 testemunhas por conta de dois crimes pelos quais é acusada: edição de decretos e operações de créditos irregulares.

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