Ensino à distância cresce de forma desenfreada e traz dúvidas sobre qualidade do ensino

  • Por Jovem Pan
  • 15/01/2018 07h06 - Atualizado em 15/01/2018 08h07
Reprodução Reprodução O crescimento já foi registrado na segunda metade do ano passado, quando o número de polos aumentou quase 90%

Os primeiros meses do ano marcam um período de vestibulares e matrículas em instituições de ensino superior. No caso de 2018, as faculdades que oferecem o ensino à distância, ou EAD, devem registrar uma grande expansão dos negócios.

O crescimento já foi registrado na segunda metade do ano passado, quando o número de polos aumentou quase 90%.

A expansão se deve aos primeiros resultados do marco regulatório do Ministério da Educação, que flexibilizou as normas do setor em junho de 2017.

Esse crescimento acelerado traz dúvidas sobre a manutenção da qualidade de ensino, já que nessa modalidade, as matrículas e mensalidades acabam tendo valores menores que os cobrados instituições tradicionais.

Ryon Braga, presidente da Uniamérica e diretor da Atimã Educar, ressaltou que o MEC não permite uma queda considerável na qualidade do ensino à distância.

O presidente da Uniamérica e diretor da Atimã Educar, Ryon Braga, destacou ainda que o EAD também tem crescido no Brasil porque tem ampliado o portfólio de opções, oferecendo cursos de engenharia e relacionados à área de saúde.

O Ministério da Educação apontou que os cursos a distância são avaliados pelos mesmos critérios dos presenciais, o que expõe as instituições a possíveis sanções, como corte de vagas e cursos, em casos de maus resultados.

Conselheiro da Associação Brasileira de Ensino a Distância, professor Renato Bulcão, atribuiu à guerra de preços, que derrubou os valores dos cursos à distância, à crise econômica: “claro que existe limite para ofertar determinado curso, claro também que a guerra de preços aconteceu muito em decorrência da crise. E dentro desse cenário de crise havia a ideia de ajustar o preço à efetiva capacidade das classe B- e C de pagar pelos cursos”.

O professor Renato Bulcão também criticou os preços agressivos usados por instituições privadas que pertencem a fundos de investimentos.

Dados do Enade indicam que o desempenho de alunos de cursos a distância, em geral, é inferior a de estudantes presenciais. Na graduação on-line, em média, apenas 30% dos matriculados concluem o curso, contra 50% no ensino presencial.

*Informações do repórter Matheus Meirelles

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.