Europa coloca pressão sobre governo de Maduro, mas não é tão contundente quanto os EUA

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 19/07/2017 09h50
EFE/Cristian Hernández Seja qual for a retaliação, o fato é que o assunto não desperta grandes comoções na Europa

A pressão internacional sobre o governo de Nicolás Maduro cresceu bastante nas últimas horas, embora o presidente venezuelano continue garantindo que a votação para criar uma assembleia constituinte vai seguir adiante.

A União Europeia não foi tão contundente quanto o presidente americano Donald Trump em sua reação ao referendo popular do final de semana passado e a grave ameaça democrática que se anuncia no país sul-americano.

Na verdade, foram os membros do bloco que individualmente se manifestaram tomando posições mais firmes, como Espanha e França.

O governo de Madri chegou a pedir que a União Europeia siga o caminho da Casa Branca e prepare sanções econômicas, como reação à constituinte de Maduro. Mas isso não deve acontecer, pelo menos não agora.

Como tudo no bloco, a reação será calculada e muito discutida entre todos os integrantes. O parlamento europeu, por exemplo, está em recesso de verão e só vai voltar a se reunir em setembro. Antes disso, não deve ser feito pela entidade.

Os europeus, aliás, indicam que as possíveis sanções adotadas serão direcionadas ao presidente da Venezuela e a integrantes de seu país, sem a intenção de atingir a já fragilizada economia local.

Mas seja qual for a retaliação, o fato é que o assunto não desperta grandes comoções na Europa.

A chefe de política externa do bloco, Federica Mogherini, afirmou que a constituinte de Maduro pode polarizar ainda mais a Venezuela e elevar os confrontos no país.

No entanto, ela acredita que não é necessário manter o tom de urgência de Donald Trump. Dá para esperar pelo menos até o fim do mês, quando a votação será realizada, e que as próximas semanas são suficientes para tentar negociar uma saída democrática antes de se discutir um pacote de sanções.

A resposta de Maduro às palavras de Federica Mogherini, no entanto, mostram que talvez não seja bem assim. O líder de Caracas a classificou de insolente e lembrou que a Venezuela não é uma colônia da União Europeia.

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