Farmacêutica Sanofi paralisa desenvolvimento de vacina para combater o vírus da zika

  • Por Jovem Pan
  • 08/09/2017 09h04 - Atualizado em 08/09/2017 11h36
Paraná promove mobilização contra o mosquito da dengue nesta quarta-feira, 09/12. Curitiba, 08/12/2015 Foto: Venilton Kuchler / ANPr Venilton Kuchler/ANPr A medida foi uma resposta aos cortes de financiamentos por parte do governo dos Estados Unidos

O combate ao vírus da zika sofreu um novo revés. Nesta quinta-feira (07), a empresa farmacêutica francesa Sanofi decidiu paralisar o programa para desenvolver uma vacina contra a doença.

A medida foi uma resposta aos cortes de financiamentos por parte do governo dos Estados Unidos. A “Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado”, uma divisão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos norte-americano, informou que decidiu se concentrar em um conjunto “mais limitado de metas e entregas”, e que devido ao declínio no índice de infecções nos últimos meses, iria reduzir o financiamento.

O acordo, assinado em 2016, previa o fornecimento de 43,2 milhões de dólares para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da zika.

Para o infectologista do Instituto Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, a queda no financiamento e o desenvolvimento da doença pesaram na decisão da Sanofi: “acreditavam que para a zika eles tivessem um tempo de estudo muito mais rápido, mas se percebeu que a vacina ainda teria chances de demorar e o custo não seria aquele custo preliminar. Então, fruto disso, fez então com que a empresa repensasse”.

O infectologista Jean Gorinchteyn destacou que se perde uma oportunidade de se ter uma vacina com características diferentes, já que poderia ser aplicada até em mulheres grávidas, o que reduziria a chance de desenvolvimento de anomalias cerebrais em recém-nascidos.

Em novembro, a Organização Mundial da Saúde retirou do vírus da zika o status de “emergência global da saúde pública”.

Ainda de acordo com a OMS, nenhum tipo de vacina contra a doença deve estar disponível para mulheres em idade fértil antes de 2020.

*Informações do repórter Matheus Meirelles

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