Inadimplência no ensino superior em 2015 teve pior resultado em cinco anos

  • Por Jovem Pan
  • 12/07/2016 11h34
Marcos Santos/USP Imagens vestibular

Há seis anos, o longa “Cinco Vezes Favela” buscava desconstruir as críticas feitas ao trabalho de mesmo título, produzido na década de 1960. Por isso, no lugar dos jovens de classe média que fizeram a primeira edição, agora, eram cineastas nascidos e criados nas favelas que iriam retratar suas comunidades.

Em 2010, quando o trabalho foi lançado, o número de matrículas no ensino superior era de quase 6,5 milhões. O número representava um crescimento de 110%, se os dados fossem comparados a uma década anterior.

Assim como o personagem Maicon, muitos brasileiros realizaram o sonho de serem os primeiros de suas famílias a chegar em uma faculdade. Seis anos depois, esses alunos descobrem que o sonho tem um preço. E que nem sempre é possível pagar.

“Eu sou estudante de comunicação social, surgiu oportunidade de fazer estágio na área, topei, mas meu salário não é condizente com a mensalidade da faculdade”, disse o estudante Mateus.

No ano de 2015, a taxa de inadimplência no ensino superior privado brasileiro atingiu o pior resultado desde 2010, chegando a 8,8% de atrasos com mais de 90 dias.

Os dados são da pesquisa anual do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). O diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato explica que o desemprego aliado aos cortes do Fies justificam o crescimento das dívidas.

“Foi a crise economômica que gerou bastante desemprego entre os jovens, mas principalmente o Fies, que reduziu o número de contratos em 2015. E mais que isso, pegou os alunos de surpresa”, disse.

Se em 2014 foram assinados 732 mil novos contratos do FIES, no ano de 2015 esse número caiu para 287 mil.

Desde 2010 a inadimplência não chegava a patamares tão elevados. Naquele período ela foi de 9,6%.

A queda no indicador entre os anos de 2011 e 2014 coincide justamente com a explosão no número de contratos do Fies. Ainda segundo o levantamento do Semesp, são as instituições de pequeno porte, com até dois mil alunos, que mais sofrem com a inadimplência.

*Informações da repórter Helen Braun

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