Janot quer “derrubar” Temer, diz aliado do presidente

  • Por Jovem Pan
  • 26/06/2017 12h56
Agência Câmara Carlos Marun - Agencia Camara

O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) acusou o procurador-geral da República Rodrigo Janot de tentar “derrubar” o presidente Michel Temer. O parlamentar aliado do presidente defende a rejeição da denúncia que Janot deve apresentar até esta terça (27) contra o presidente, investigado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça em inquérito criminal. Para ser aceita a denúncia e Temer se tornar réu no Supremo, dois terços da Câmara devem aceitar a admissibilidade do parecer de Janot.

“É efetivamente a intenção do procurador-geral da República derrubar o presidente Temer”, disse Marun em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan desta segunda-feira (26). Para o membro da bancada ruralista, a PGR demonstrou “açodamento” ao usar nas investigações a gravação entre Joesley Batista e Temer sem periciá-la, embora na última sexta a Polícia Federal tenha concluído que não houve edição no áudio, que trouxe indícios de corrupção praticados pelo presidente no exercício do cargo.

“A opinião pública também está cansada de gente que acha que tem muito poder no Brasil e não tem, gente que acha que pode derrubar o presidente da República”, disse Marun, pouco antes, na entrevista. O aliado de Temer entende que a população não foi convencida das acusações apresentadas contra o peemedebista e “não vai para a rua”. “Nesse céu há mais coisa de passarinho que avião”, ilustrou. Pesquisa Datafolha recente mostra que 83% dos brasileiros acreditam que Temer participou do escândalo de corrupção revelado pela JBS.

“Vejo nessa denúncia uma tentativa desesperada de salvar o rescaldo dessa ‘operação tabajara’ que tentou derrubar o presidente da República”, classificou Marun, que já foi árduo defensor do ex-deputado hoje preso na Lava Jato Eduardo Cunha.

Marun espera ainda que a Procuradoria-Geral apresente apenas uma peça e não divida as acusações contra Temer em mais de uma denúncia. “Espero um mínimo de responsabilidade da PGR no sentido de que não fatie essa denúncia. Isso não é queijo para ser vendido fatiado”, comparou. “O fatiamento revelaria evidentemente um desejo da pgr em prejudicar a recuperação econômica e o Brasil. Torço para que haja um mínimo de responsabilidade. Isso não é tentar, não é um jogo de tentativas”.

Carlos Marun recebeu R$ 103 mil da JBS na última campanha em que se elegeu, mas diz que “até então não sabia que ele era esse bandido que revelou ser”.

Chamando Joesley de “delinquente”, Marun avalia que a conversa de 40 minutos em que Temer ouve relatos de compra de juízes e procuradores, “ajuda” a Eduardo Cunha e indica o ex-assessor, hoje preso, Rodrigo Rocha Loures para intermediar assuntos de Joesley não prova “nada”.

“Ele (Joesley Batista) não foi para bater papo com o presidente. Foi para levantar provas contra o presidente”, diz Marun. Sobre os R$ 500 mil em espécie recebidos por Loures em pizzaria de São Paulo pouco após a indicação de Temer, Marun garante: “esse dinheiro não passa nem perto do presidente Temer”.

“Isso é uma conspiração asquerosa, uma ‘operação tabajara e’ não há provas que a sustente”, afirma categoricamente o aliado de Temer.

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