Lista tríplice de chapas para escolha de novo reitor da USP será conhecida nesta segunda (30)

  • Por Jovem Pan
  • 30/10/2017 06h40 - Atualizado em 30/10/2017 11h10
Edilson Rodrigues/Agência Senado Edilson Rodrigues/Agência Senado Os 3 mais votados por um colégio eleitoral formarão uma lista tríplice que será enviada a Alckmin, que tem a prerrogativa da escolha

O resultado da eleição para composição da lista tríplice de chapas para a escolha do novo reitor da Universidade de São Paulo será conhecido ainda nesta segunda-feira (30). Também porque, pela primeira vez, a votação e a apuração serão feitas por meio de um sistema eletrônico.

Mas a agilidade do processo eleitoral não tira da frente os principais desafios da próxima gestão que começa com a crise financeira. Todos os candidatos, de alguma forma, avaliam que o pior já passou.

Se referem a 2014, quando o quadro de pessoal da USP chegou a 106% do seu orçamento comprometido com a folha de pagamento.

A situação saiu do estado crítico após a abertura de um plano de demissão voluntária, mas pagamento de pessoal ainda responde por mais de 90% dos recursos.

O professor Ricardo Ribeiro Terra levantou uma das ideias mais controversas para tirar a universidade pública do buraco.

O candidato a reitor defendeu, além do aumento do repasse de dinheiro do Estado, financiamento privado de pesquisa e a cobrança de cursos: “a USP poderia ter uma influência maior nas Prefeituras, com cursos voltados para o administrador público. Esses cursos poderiam ser cobrados”.

Mais do que isso, a USP precisa unir esforços para reforçar sua vocação, uma instituição de pesquisa. Portanto, tudo que fuja do foco não deve ser considerado uma prioridade.

Neste contexto, Ribeiro Terra incluiu a conclusão do restauro do Museu do Ipiranga, cujas obras estão atrasadas e previstas para 2022, durante as comemorações dos 200 anos da independência do Brasil: “ela ganhou um prédio histórico caríssimo de ser mantido, que tem interesse histórico nacional. Não vamos poder diminuir pesquisa e ensino para reformar um museu”.

Os demais concorrentes classificam como importante e até simbólica a reinauguração do Museu Paulista após anos difíceis vividos pela USP.

Maria Arminda do Nascimento Arruda, oposição a gestão atual, defendeu um mandato com mais diálogo entre direção e alunos, a reabertura da creche da Cidade Universitária e uma repactuação interna: “A USP cresceu em número de vagas, em 12 anos, em torno de 80%. Na pós-graduação, mais de 120%. Vamos ter de repensar em conjunto com Unicamp, Unesp, de maneira solidária, propostas para enfrentarmos nossa crise de financiamento”.

Todos os candidatos, de alguma forma, concordam que será preciso estabelecer parcerias para manter os atendimentos no Hospital Universitário.

A unidade médica tem reduzido atendimentos nos últimos anos e também foi afetada pela crise da USP.

O vice-reitor Vahan Agopyan garantiu que o problema se agravou, no entanto, após o fechamento de 3 hospitais próximos e perdeu seu sentido acadêmico: “vamos ter que fazer parcerias com município e Estado para que eles arquem com a responsabilidade da parte da Saúde”.

O candidato e professor Ildo Luís Sauer entendeu que parte da crise da universidade pode ser combatida com o resgate da autoestima da instituição: “a USP sofre da síndrome de pata. A USP é muito maior do que a crise que a afeta”.

Nesta segunda, os três mais votados por um colégio eleitoral com cerca de duas mil pessoas formarão uma lista tríplice que será enviada ao governador Geraldo Alckmin, que tem a prerrogativa da escolha.

*Informações da repórter Carolina Ercolin

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.