Meirelles admite disputa contra Temer, mas diz que “estratégia vencedora” é ter um candidato representando o Governo

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2018 09h07 - Atualizado em 23/02/2018 09h12
EFE/Laurent Gillieron "Em tese, seria uma possibilidade [disputar contra Temer]. Mas, obviamente, a estratégia vencedora é de ter um candidato representando o Governo, as reformas, o legado", disse Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira (23), em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, que ainda não tomou uma decisão quanto a uma candidatura à Presidência da República, mas destacou que possui carreira inquestionável.

Filiado ao PSD, o ministro admitiu, em hipótese, que disputaria uma candidatura contra o presidente Michel Temer. “É um direito legítimo de todos de ser candidato. Em tese, seria uma possibilidade [disputar contra Temer]. Mas, obviamente, a estratégia vencedora é de ter um candidato representando o Governo, as reformas, o legado. E, certamente, essa será a estratégia escolhida”, disse.

Entretanto, Meirelles alertou que nem ele e nem o presidente Temer decidiram sobre candidaturas à Presidência da República. “Dentro dessa equação, não é o único fator, mas é fato de que a defesa do legado e do prosseguimento dessas reformas será melhor efetivado e com maior eficácia se existir um candidato defendendo essas reformas, um candidato reformista. Nesses termos, a estratégia será de termos uma candidatura representando o Governo, e vai depender do processo decisório de cada um até lá”, explicou o ministro.

Mesmo sem cravar sua candidatura, o chefe da Fazenda e líder da equipe econômica vem dando entrevistas em que se posta como futuro candidato na eleição deste ano. Para a Jovem Pan, o ministro foi categórico: “a decisão será tomada até 07 de abril”.

Segundo ele, até lá, estará focado na recuperação econômica, criação de empregos e, caso se confirme a candidatura, endereçará esses pontos de forma a obter uma maior abrangência.

Meirelles votou a ainda a defender a reforma da Previdência e disse que, para se resolver o problema a longo prazo, ela teria de ser feita. O ministro da Fazenda, em contraponto, destacou os trabalhos feitos até agora pela pasta e os números recentes da inflação e geração de empregos.

“O Brasil cresceu 1% ano passado e as previsões dos economistas e do Banco Central é aumento do crescimento. O que acontece? Existe a realidade de que o Brasil está crescendo e tem a outra realidade que é a percepção da realidade que ainda não incorporou esse fato. A população ainda está sob os efeitos da inflação alta, mas agora ela está baixa. No devido tempo isso começa a ser mais percebido”, destacou.

Meirelles aproveitou a oportunidade ainda para exaltar sua trajetória na economia. “Minha carreira é inquestionável. Passei 30 anos em grandes instituições, passei oito anos no Banco Central, depois prestei serviços a uma série de empresas (…) É uma carreira inquestionável e que foi sujeita a todo tipo de análise. Quanto a isso, todas as questões são positivas, que deixam claro que minha trajetória é sujeita a qualquer questionamento e não dá margem a nenhum tipo de dúvida. É inquestionável e transparente”.

Intervenção no RJ

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, enfatizou que não há recursos federais envolvidos na intervenção federal na segurança do Estado do Rio de Janeiro.

“Não há nenhum pedido das Forças Armadas de orçamento suplementar para custear a intervenção. É intervenção federal administrativa. Os pagamentos das forças de segurança continuam feitos pelo Estado. Se houver a necessidade de participação de tropas federais, temos que ver até que ponto será necessária verba suplementar, mas até o momento a questão não foi colocada”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles:

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