Miller nega ter agido contra a lei e diz que nunca fez “jogo duplo” entre MPF e JBS

  • Por Jovem Pan
  • 13/09/2017 07h18 - Atualizado em 13/09/2017 11h33
MP-MG/Divulgação Na quarta-feira passada, a firma de advocacia Trench Rossi Watanabe entregou ao MPF uma série de e-mails trocados entre Miller e o escritório

Ex-procurador Marcelo Miller diz que “nunca fez jogo duplo” entre o Ministério Público Federal e a JBS e que nunca agiu contra a lei. A declaração foi dada em uma nota divulgada nesta terça-feira (12) pelos advogados de ex-procurador da República.

Na quarta-feira passada, a firma de advocacia Trench Rossi Watanabe entregou ao MPF uma série de e-mails trocados entre Miller e o escritório.

Após ser exonerado do MPF, em 5 de abril, Miller passou a trabalhar nesse escritório, que negociou parte do acordo de leniência da JBS.

As mensagens sugerem que Miller atuava a favor dos interesses do grupo JBS enquanto ele ainda exercia a função de procurador da República.

Em nota, os advogados afirmam que Miller nunca advogou ou prestou serviços jurídicos, seja para o escritório ou para o grupo J&F, enquanto era procurador.

Dizem também que Miller nunca buscou informações nos bancos de dados do Ministério Público Federal sobre essas pessoas e empresas e que o cliente deles não tem nada a esconder.

Também nesta terça-feira, o ex-ministro da justiça José Eduardo Cardozo confirmou que teve conversas com Joesley Batista, mas negou a existência de qualquer contrato fictício com o dono da J&F.

O ex-ministro da justiça deu a declaração na manhã desta terça-feira em São Paulo pouco antes de depor como testemunha de defesa do ex-presidente Lula numa ação relacionada a Operação Zelotes.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, Joesley Batista disse que mantinha um contrato fictício de prestação de serviços com Cardozo.

O dono da J&F afirma que emitia notas fiscais nos valores de setenta ou oitenta mil reais por meio do escritório de advocacia de Marco Aurélio Carvalho.

O objetivo desses repasses seria garantir uma “boa relação” do ex-ministro da justiça com Batista.

José Eduardo Cardozo afirma que conversou com Joesley apenas na condição de um possível advogado do empresário e negou a existência de qualquer contrato ou repasse.
José Eduardo Cardozo prestou depoimento como testemunha de defesa de Luiz Inácio Lula da Silva numa ação relacionada a Operação Zelotes.

O ex-presidente e outras três pessoas são acusadas pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A denúncia aponta que os réus estariam envolvidos em negócios irregulares que levaram à compra de trinta e seis caças da fabricante Saab.

Os acusados também teriam trabalhado ilegalmente para a prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da medida provisória 627.

*Informações do repórter Tiago Muniz

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