“Musa do Crime” é presa no litoral de SP por envolvimento com PCC

  • Por Jovem Pan
  • 05/07/2017 11h12 - Atualizado em 05/07/2017 11h13
Ronaldo Silva/Estadão Conteúdo Luana Don era procurada desde novembro do ano passado por suspeita de transmitir ordens de integrantes do PCC presos para membros que estavam na rua

A jornalista e advogada Luana de Almeida Domingos, de 32 anos, chegou à capital paulista nesta terça-feira (04), depois de ser presa em Ilhabela, no litoral do Estado. Luana Don, como era conhecida profissionalmente, era procurada desde novembro do ano passado por suspeita de transmitir ordens de integrantes do PCC presos para membros que estavam na rua.

Segundo Oswaldo Nico Gonçalves, diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), a investigação foi iniciada pela Polícia Civil, que deflagrou com o Ministério Público do Estado, a Operação Ethos, em novembro passado.

O mandado de prisão preventiva contra Luana, conhecida entre os policiais como a “Musa do Crime”, se deu por indícios de participação nos crimes de corrupção ativa e por integrar organização criminosa. O delegado Nico explicou que para efetivar a prisão de Luana Don, houve cooperação da polícia do Rio de Janeiro: “foi trabalho em conjunto e esse trabalho conseguiu prender a Luana, que estava procurada”.

A Operação Ethos visava prender advogados que comandavam esquema de pagamento de propina a agentes públicos e membros de direitos humanos para favorecer o PCC. Segundo o Ministério Público, mais cinco advogados foram condenados por envolvimento com a facção criminosa, esquema de cooptação de dezenas de advogados e pagamentos de propinas a agentes públicos e integrantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe).

Ricardo Villares Sousa de Paula, Vinícius Guimarães Pinheiro Lemes, Artur Luiz Teixeira e Marcelo Fernandes Marques foram condenados, por integrarem organização criminosa, a pena de oito anos e nove meses de reclusão cada. Já Davi Gonçalves foi condenado a 15 anos e cinco meses de reclusão, mais multa, por fazer parte de organização criminosa e por corrupção ativa envolvendo funcionário público.

Segundo a sentença, os réus não poderão recorrer em liberdade, devendo cumprir a pena em regime fechado. No fim do mês passado, Luiz Carlos dos Santos, ex-vice-presidente do Condepe, foi condenado a 16 anos, dois meses e cinco dias de reclusão, mais pagamento de multa. Segundo o Ministério Público, ele recebia mesada de R$ 5 mil do PCC para “plantar” denúncias de violação de direitos humanos para desestabilizar a segurança do Estado de São Paulo. A mesma sentença condenou mais quatro advogados a penas que foram de oito anos a 15 anos de reclusão.

*Informações do repórter Fernando Martins

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