Na lista da OMS: superbactérias mais críticas também circulam dentro de hospitais

  • Por Jovem Pan
  • 17/07/2017 06h51 - Atualizado em 17/07/2017 10h34
Valter Campanato / Agência Brasil Leito de hospital No País, as superbactérias são responsáveis por ao menos 23 mil mortes todos os anos

O Brasil sofre com bactérias cada vez mais resistentes, assim como todo o planeta. Elas são tão fortes que já não respondem a antibióticos e vêm aumentando a taxas preocupantes. No País, são responsáveis por ao menos 23 mil mortes todos os anos.

Segundo a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, é uma característica do micro-organismo “evoluir” conforme avançam também medicamentos. É um processo natural.

Ana Paula Assef explicou que as superbactérias mais perigosas da lista da Organização Mundial de Saúde também estão dentro dos hospitais: “dentre essas 12, as primeiras, as mais críticas são as que circulam dentro de hospitais”.

Um exemplo é uma bactéria que pode causar infecções de urina, da corrente sanguínea e pneumonia.

De acordo com a Anvisa, 77,4% das infecções da corrente sanguínea registradas em hospitais por esse micro-organismo em 2015 foram causadas por uma versão resistente a antibióticos ultra fortes. A maioria só é administrado dentro de unidades de saúde.

Segundo a pesquisadora Ana Paula Assef, também é preciso confiar na avaliação médica quando o profissional prefere que um paciente se recupere em casa do que internado no hospital: “se esse paciente realmente precisa do hospital, o médico não vai mandar ele para casa. Mas se ele tem condição de continuar tratamento em casa, é melhor”.

Esse processo de evolução das superbactérias pode ser acelerado por alguns fatores, como o uso excessivo de antibióticos. Além de práticas como ponderar o uso, no começo do ano a OMS pediu que a indústria farmacêutica invista em novas armas contra as superbactérias.

Segundo a diretora geral de Sistemas de Saúde e Inovação da OMS, Marie- Paule Kieny, é preciso criar armas para combater o inimigo o mais rápido possível.

De acordo com especialistas, o número crescente de infecções – que poderiam ser barradas por mais higiene e saneamento básico – também é um problema, porque demanda maior uso de medicamentos, o que, por sua vez, seleciona mais bactérias resistentes, perpetuando um círculo vicioso.

*Informações da repórter Carolina Ercolin

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