“Não tem sentido eu ir para o PSDB”, diz Márcio França

  • Por Jovem Pan
  • 13/02/2018 10h19 - Atualizado em 13/02/2018 10h24
Rovena Rosa/Agência Brasil "O eleitor fica um pouco chateado: na Prefeitura, PSDB; no governo do Estado e na Presidência da República, o PSDB? Não parece muito de uma coisa só?", questionou vice de Alckmin, Márcio França

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan nesta terça-feira (13), o vice-governador de São Paulo e pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Márcio França (PSB), não descartou, mas disse que “não é provável” e “não faz sentido” sua especulada ida ao PSDB para formar um palanque único tucano pelo governo paulista.

França condicionou o apoio do PSB à corrida do governador Geraldo Alckmin ao Palácio do Planalto à sua própria permanência na sigla que ajudou a fundar.

“Ninguém nunca me convidou para ir para o PSDB. Não tem sentido eu ir para o PSDB”, disse França.

“Nós não podemos colocar em risco o Brasil por conta da minha situação. Não tem sentido fazer esse movimento (troca) já que o governador Alckmin precisa e está em busca de mais apoios partidários e eu confio que o meu partido (PSB) estará com ele na eleição. Se eu mudo de partido, o meu partido não estará com ele”, afirmou o vice-governador.

Questionado três vezes sobre a possibilidade, no entanto, França não a descartou. Ele assumiu que deu uma “resposta sofismada para não fechar a porta de nada” e reiterou que “não é provável” sua mudança de sigla.

O pré-candidato que deve assumir o governo paulista em abril, assim que Alckmin deixar o cargo para concorrer à Presidência, ressaltou o tempo de TV que já possui hoje. Em suas contas, são 5,5 minutos do PSB, mais 5,5 minutos do PR, o que já garante 11 minutos diários de exposição televisiva.

França afirmou ter o “apoio declarado” do Solidariedade e do Pros e espera contar com o suporte do PSC, o que lhe renderia mais 2,5 minutos. “Eu já tenho uma composição montada. Eu não preciso fazer mudança de partido, a não ser que seja por essa história de ter uma sigla”, menosprezou França.

O vice de Alckmin ainda desafiou os tucanos a deixarem a concorrer ao Planalto pelo PSB. Neste caso, diz, França “abriria mão” de São Paulo.

“Se o PSDB achar que o governo de São Paulo é mais importante que a Presidência da República, me passa o Alckmin pra cá, que eu abro mão e apoio qualquer um, Doria, qualquer um”, disse.

“O eleitor fica um pouco chateado: na Prefeitura, PSDB; no governo do Estado e na Presidência da República, o PSDB? Não parece muito de uma coisa só?”, questionou Márcio França.

Doria

França também sugeriu que o prefeito de São Paulo, João Doria, também pré-candidato ao governo do Estado e nome do PSDB mais forte na disputa, não deixe a gestão da capital.

“Existem diversos nomes no PSDB competitivos. O PSDB não é um partido forte por conta de um nome, mas porque conta com 180 prefeituras, deputados estaduais e federais. Tanto faz o nome do PSDB. Qualquer que seja o nome será sempre competitivo”, sugeriu.

“Então não teria sentido a gente fazer um movimento brusco de tirar o prefeito da Capital eleito com um ano apenas para ele se candidatar”, disse França. “Passaria a sensação para o eleitor de que a gente está desprezando a Prefeitura que a gente lutou tanto conquistar”.

“Tenho defendido que o prefeito não faça esse movimento”, afirmou o vice de Alckmin, lembrando que o próprio Doria garantiu por muitas vezes, antes de ser eleito, que cumpriria os quatro anos de mandato. “Eu sou daqueles que o combinado é para ser cumprido”, alfinetou.

Secretariado

França voltou a afirmar também que não deverá manter os secretários estaduais tucanos caso seja eleito governador sem o apoio do PSDB.

“Se o PSDB for ser candidato e se os secretários ou seja quem for quiserem apoiar esse candidato do PSDB, eu não precisarei tirar ninguém, eles eticamente sairão junto”, disse. “É muito chato ficar no governo com o colante no carro lá fora escrito o nome do outro governo”.

Porém, o vice-governador garante que é visto como “a melhor opção” por “muita gente que está no governo hoje”. Ele ressalta a sua lealdade a Alckmin.

“Muita gente fará campanha comigo e deixará o PSDB se for o caso”, vislumbra Márcio França. “Sou a pessoa mais indicada a dar continuidade à maneira administrativa do governador Alckmin”, classifica-se o pré-candidato.

Ouça a entrevista completa ao Jornal da Manhã:

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