No Brasil, associação do nazismo ao socialismo quer espalhar onda de preconceito nas redes sociais

  • Por Jovem Pan
  • 16/08/2017 11h38 - Atualizado em 16/08/2017 12h06
Computador Reprodução No Facebook, uma página chamada "resistência anti-socialismo" é dedicada a disseminar ideias como estas

Os atos terroristas ocorridos no último final de semana, nos Estados Unidos, resultaram na de uma mulher durante um atropelamento coletivo, e mais de 30 pessoas feridas em confrontos e, agora, nas redes sociais, eles vêm provocando o sepultamento da História.

É que, por lá, logo depois dos ataques praticados por grupos ligados à supremacia branca, ao nazismo, as redes sociais foram inundadas por teorias que associavam a doutrina liderada por Adolf Hitler ao socialismo e a social democracia.

Com o crescimento da filosofia social democrata, sobretudo entre os jovens, representando por Bernie Sanders nas eleições do ano passado, espalhar este tipo de “fake News” nos EUA é até compreensível sob a ótica de interesses políticos.

Mas aqui no Brasil, o boato também ganhou força. O principal argumento de quem defende essa teoria é de que o partido de Adolf Hitler chamava-se nacional socialista.

Mas, essa associação livre de contexto nos leva ao um erro básico, como explicou o professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e coordenador do Centro de Estudos Judaicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro Michel Gherman: “a Alemanha tinha processo de disputa entre esquerda e direita”.

Mas, então, eu pergunto ao professor Michel Gherman porque será que aqui no brasil erros como este também encontram terreno fértil para o cultivo? “Quando você começa a trabalhar com a ideia de que o nazismo nada mais é que sinônimo do socialismo você deixa de lado as questões fundamentais que o nazismo tem que deixar, na parte negativa, de lição para nós”.

No Facebook, uma página chamada “resistência anti-socialismo” é dedicada a disseminar ideias como estas. Entre os vídeos postados neste espaço, um, intitulado de “Recado a Temer contra a islamização do Brasil”, faz essas críticas a lei de imigração.

A página tem mais de 67 mil curtidas e, somente na segunda e terça-feira desta semana, após os atos terroristas nos EUA, foram colocadas seis postagens com associações entre aquilo que os usuários chamam de doutrinas de vermelhas – colocando, no mesmo balaio, conceitos como: socialismo, esquerda e nazismo.

*Informações da repórter Helen Braun

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