Pai de jovem morto pela polícia implora para Maduro pôr fim à violência

  • Por Jovem Pan
  • 24/06/2017 13h48

Policial da Guarda Nacional Bolivariana dispara e mata jovem durante protesto em Caracas EFE/Miguel Gutiérrez Policial da Guarda Nacional Bolivariana dispara e mata jovem durante protesto em Caracas

O pai de David José Vallenilla, jovem de 22 anos morto pela guarda nacional bolivariana em um protesto opositor em Caracas na quinta-feira, implorou para que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acabe com a violencia no pais. Emocionado, o pai da vitima disse que era supervisor de Maduro no metrô de Caracas e que o presidente conhecia seu filho desde pequeno.

Imagens divulgadas pelas TVs venezuelanas mostram David Vallenilla cambaleando após ser atingido por disparos. Outros manifestantes se aproximam para socorrer o rapaz e também são alvos de tiros. O estudante de 22 anos chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

O pai do jovem implorou que Nicolas Maduro tome alguma providência para que novas mortes não aconteçam.

”Nicolas, é claro que foi uma agressao direta contra meu filho, quem você conhece desde pequeno. Nicolas por favor, eu nao dizer que a justiça seja feita porque essa palavra já foi muito usada, mas eu quero que essa violência acabe. Nicolas por favor, meu filho nao era malandro, era apenas um estudante. Está em suas mãos ajuda para que cenas como está nao aconteçam mais.” Ouça o depoimento AQUI.

Em resposta à morte do jovem, dirigentes da oposição convocaram os manifestantes a “trancar” as ruas de toda a Venezuela ao meio-dia de sexta-feira por duas horas. Da clínica onde o óbito foi registrado, o médico e deputado da oposição José Manuel Olivares disse Nicolás Maduro não passa de um assassino miserável.

”Temos que respeitar a dor da familia desse jovem de 22 anos, respeitar a luta genuína do povo que vai as ruas manifestar. Nicolás Maduro é um assassino miserável que ficará na historia desse país de maneira negativa. Depois de 80 dias de protesto, não dá pra ignorar o que está acontecendo na Venezuela. Não podem se perguntar porque o país está manifestando. País em que as pessoas passam fome, que não ha médicos, que há uma enorme crise financeira. Por isso a população deve continuar indo às ruas protestar”.

O governo disse que o sargento envolvido no incidente foi preso e vai ser julgado. Maduro, por sua vez, elogiou o esforço heroico da guarda nacional nos protestos em uma coletiva de imprensa com meios internacionais. ”A guarda nacional bolivariana e a polícia nacional bolivariana tem feito um esforço heroico e deve seguir fazendo. Sem armas de fogo, estão proibidas. Somente água e bombas de gás lacrimogênio estao permitidos”.

O Ministério Público da Venezuela vai investigar o episódio. Desde o dia primeiro de abril 75 pessoas morreram nos protestos espalhados pelo País.

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