Presidente do TJ-SP ressalta importância do Judiciário e diz que questão da Cracolândia é “delicada”

  • Por Jovem Pan
  • 30/05/2017 07h51
Jovem Pan Paulo Dimas - rep

Em entrevista exclusiva ao repórter Marcelo Mattos, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo tratou do judiciário estadual e a necessidade de apresentar à população uma prestação de contas do que é feito.

“Temos investido em comunicação para trazer à sociedade uma prestação de contas do que o Judiciário está fazendo”, disse. Paulo Dimas ressaltou ainda o trabalho do TJ em ações como os da adoção tardia, que visa, como o próprio nome diz, a adoção de crianças maiores de três anos e, por consequência, sua saída de abrigos.

O Tribunal de Justiça de SP, segundo o presidente, movimenta milhões de processos por mês e a celeridade é trabalhada como cultura dentro do órgão, de modo a não acumular um estoque. “Quando há crise, o número de processos aumenta, mas temos trabalhado para agilizar a solução dos processos, investindo em processo digital, investindo para treinar nossos servidores, estruturar melhor as Varas. Ano passado batemos recorde de produtividade. Movimentamos em junho do ano passado 5 bilhões, em agosto aumentamos 7 milhões”, explicou.

Dimas defendeu ainda que as instituições devem continuar funcionando para que as “coisas aconteçam da melhor maneira e rapidamente”.

Sobre as prisões em segunda instância, o presidente do TJ-SP disse sobre a necessidade de apurar os fatos. “Temos que avaliar conduta, se praticou ou não o crime, se as provas realmente comprovam e isso se esgota no segundo grau de jurisdição. Se no segundo grau for reconhecida a prática de crime, provas concretas, acho que podemos, de alguma maneira, já executar a pena, porque o julgamento em última instancia, no Supremo, demora”, disse.

Internação compulsória na Cracolândia

Paulo Dimas disse ser uma “questão delicada”. Para ele, o essencial é que se dê um encaminhamento ao episódio. “Não podemos conviver com as pessoas morrendo nas ruas. Uma ação precisa ocorrer. Poder público não pode se omitir. A gente que trabalha no centro convive com as pessoas nas ruas. Pessoas com estado físico deplorável, não tem entendimento que precisam de tratamento. Não sei qual a melhor ação, qual o melhor caminho. O que é importante é que debate deve estar presente e devemos encontrar caminho para deixar a cidade em condições de que a população possa desfrutar de seus espaços públicos”, disse,

O desembargador afirmou ainda que os poderes públicos tanto no nível estadual quanto municipal devem combater o tráfico de drogas de forma sistemática: “acho que temos que ter algum tipo de ação e talvez encontrar o melhor caminho, mas não pode ter omissão. É degradante”.

Confira a entrevista completa:

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