Rodrigo Maia diz que não votará Medidas do Governo

  • Por Jovem Pan
  • 12/10/2017 08h11 - Atualizado em 12/10/2017 08h12
EFE/arquivo/Joédson Alves EFE/arquivo/Joédson Alves Rispidez de Maia com o governo cresce às vésperas da votação da segunda denúncia contra o presidente Temer

Aumenta a insatisfação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com o Governo. O Democrata já anunciou que não vai colocar em votação mais medidas provisórias enviadas pelo Palácio do Planalto. As críticas de Maia aconteceram após pressão de líderes da base para que a sessão destinada a votar a MP 784 fosse encerrada, por conta dos trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa a denúncia contra Temer.

A Medida Provisória trata da leniência do Banco Central e tem prazo para vencer no próximo dia 19. Rodrigo Maia chegou a dizer que a falta de empenho do governo em votar a matéria era um desrespeito ao presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

O presidente da Câmara também fez críticas à excessiva edição de Medidas Provisórias pelo Governo. Desde que chegou à Presidência, em maio do ano passado, Michel Temer já editou 79 Mps.

O Palácio do Planalto tenta evitar polêmica com essa história. O vice-líder do Governo, deputado Darcísio Perondi, do PMDB, diz que a revolta de Maia é justa. “É perfeitamente normal que o presidente da Casa faça uma advertência que eventualmente esteja chegando medidas provisórias a mais. É perfeitamente normal dentro de uma democracia e de diálogo dentro do Executivo e no Parlamento”, amenizou Perondi.

A medida provisória é instrumento com força de lei, adotado pelo presidente da República, em casos de relevância e urgência. O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini, defendeu que é preciso avaliar a pertinência das MPs e critica o número de edição de Medidas por parte do Governo. “É preciso avaliar todas essas MP’s. Esta de ontem (terça) em relação aos bancos poderia ser um projeto de lei comum. É necessário diminuir o número de medidas provisórias”.

Embora a medida provisória produza efeito imediato, ela depende da aprovação do Congresso para transformação definitiva em lei. Embora ainda na base, o presidente da Câmara não esconde a tentativa de tomar certa distância do Governo, mediante a impopularidade do presidente Michel Temer, que conta com uma popularidade de 3%, de acordo com o resultado das últimas pesquisas.

Informações do repórter Jovem Pan em Brasília Arthur Scotti

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