Rússia vive “auge negativo” nas relações com Reino Unido e EUA, diz professora

  • Por Jovem Pan
  • 14/04/2018 12h53
EFE "Uma palavra mal colocada, ou interpretada de forma errada, pode ter repercussões", afirmou Fernanda

Na noite da última sexta-feira (13), o presidente Donald Trump convocou uma coletiva de imprensa para revelar que havia ordenado uma ofensiva dos Estados Unidos contra a Síria. Segundo ele, o objetivo era atingir locais estratégicos e acabar com a produção de armas químicas do país asiático. Principal apoiadora do regime de Bashar al-Assad, a Rússia ainda não se pronunciou de forma oficial sobre o tema – apenas o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, declarou que o ataque “terá consequências” -, o que impossibilita tecer análises sobre quais serão os próximos passos dos envolvidos.

“Até agora, indicação mostra que será uma ação pontual e isolada, que deve continuar apenas no âmbito da diplomacia. Não dá para dizer que isso vá repercutir em uma guerra de maior escala, mas depende muito de como os russos vão balizar essa discussão. Auge negativo com o Reino Unido e a troca de provocações com os EUA podem definir a situação. Caldeirão da política internacional, nesse momento, envolve players muito sensíveis. Não dá para prever uma escalada no conflito, mas uma palavra mal colocada, ou interpretada de forma errada, pode ter repercussões”, afirmou Fernanda Magnotta, coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP, em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

“A situação é bem delicada porque, de acordo com as estratégias, o objetivo era fazer desse um ataque de caráter pedagógico, mostrar que o ocidente se opõe ao uso de armas químicas. Agora, a gente sabe que na política internacional, essas coisas são muito delicadas e, embora a intenção dos EUA e de seus aliados seja restringir o ataque para que não tenha continuidade, o outro lado ainda não deixou claro quais vão ser as intenções daqui pra frente. A diplomacia russa chegou a criticar o ataque abertamente. Então, nesse momento, estamos tentando mapear duas coisas: qual vai ser a resposta, se será leve, sem retaliação militar, ou se vai haver algum tipo de retaliação, e qual a motivação do ataque, pois é bastante contraditório Trump dizer que o ataque foi uma forma de mostrar preocupação com o bem estar dos sírios depois de já haver demonstrado grande desinteresse pelo país”, finalizou Fernanda.

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