Solução para violência entre torcidas ainda está muito distante no Brasil, dizem especialistas

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2017 10h00 - Atualizado em 22/07/2017 10h53
Marcello Dias/Estadão Conteúdo Confusão na torcida do Vasco durante a partida entre Vasco RJ e Flamengo RJ, válida pela Série A do Campeonato Brasileiro 2017

Sociólogo, especialista em esportes, aponta que a violência no futebol brasileiro é apenas mais um retrato da agressividade que toma conta do País. Maurício Mourad ainda entende que apenas punições severas serão mesmo capazes de coibir a selvageria espalhada pelos campos de futebol.

A onda de violência na prática esportiva mais popular do Brasil não tem precedentes. Só neste mês, três pessoas perderam a vida em decorrência de confrontos.

– Torcedor do Sport, integrante da Torcida Jovem, morto após ser espancado por membros de uma organizada do rival, Santa Cruz.

– Torcedor do Vasco, componente de torcida organizada, levou um tiro no peito pouco depois do clássico contra o Flamengo. Confusão dentro e fora do estádio.

– Torcedor do Palmeiras, assassinado horas depois do clássico, a se ressaltar – com torcida única, contra o Corinthians.

O texto é o mesmo, o contexto recorrente.

Doutor em Sociologia do Esporte, Maurício Mourad encara as torcidas organizadas como facções envolvidas com o crime organizado, tráfico de drogas. No que tange ações efetivas para minimizar as consequências da violência gerada, elenca: monitorar e punir com rigor.

“Porque nos últimos três anos, 2014, 2015 e 2016, somente 3% dos delitos cometidos no universo do futebol foram punidos até as últimas consequências”, disse.

O jornalista Rodrigo Vessoni citou outros casos bem problemáticos também, fora do eixo Rio-São Paulo. Violência que para ele conta com a conivência das lideranças das torcidas.

Medidas paliativas, segundo ele, apenas estancam o sangramento: “esses caras que têm essa adrenalina de brigar, eles têm medo só de serem presos. Enquanto eles conviverem de maneira geral com toda a torcida, enquanto não individualizar a situação, para eles é muito cômodo”.

Maurício Mourad e Rodrigo Vessoni participaram de um debate na programação da Jovem Pan News durante a semana.

São 2,5 milhões de pessoas ligas às organizadas do futebol, segundo levantamento do sociólogo. Só este ano, confrontos entre torcidas – ou entre torcedores e a polícia – já culminaram com a morte de 12 pessoas.

*Informações do repórter Felipe Palma

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