Temer quer acesso a decisão que incluiu delação de Funaro em inquérito

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2018 09h29 - Atualizado em 21/03/2018 09h36
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil Moreira Franco (esq.), Michel Temer e Eliseu Padilha (dir.) são investigados a partir da megadelação da Odebrecht que citou propina a diversos partidos e políticos

O presidente Michel Temer solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de sua defesa, acesso à decisão do ministro Edson Fachin que incluiu o depoimento do doleiro Lúcio Funaro na investigação de que o emedebista teria participado do recebimento de propina da Odebrecht, entre 2013 e 2015, ao lado dos atuais ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), ambos do MDB.

O pedido de acesso à mais recente decisão de Fachin foi feito por meio do advogado Brian Prado, uma vez que Antonio Claudio Mariz de Oliveira, outro defensor de Temer, está impedido de atuar no caso já que defendeu Funaro no passado.

No período dos repasses investigados neste inquérito, Padilha e Moreira comandavam a Secretaria de Aviação Civil, que comandaria decisões de interesse da empreiteira.

Em decisão inédita e recente, o presidente Michel Temer foi incluído no inquérito. O relator Fachin entendeu que Temer pode ser investigado por atos anteriores ao mandato, mas não pode ser responsabilizado, como determina a Constituição. O inquérito deve continuar devido ao perigo de se perderem provas.

O doleiro Lúcio Funaro disse em delação premiada que o ex-ministro Geddel Vieira Lima pediu que ele retirasse R$ 1 milhão, em 2014, no escritório do amigo de Temer e então assessor especial do emedebista, José Yunes, e que enviasse o dinheiro para Salvador.

O dinheiro seria referente a doação via caixa 2 da Odebrecht, segundo Funaro. O doleiro afirmou também que o repasse foi acertado com Temer e Padilha em um jantar no Palácio do Jaburu.

Na ocasião, em 2014, então como vice-presidente, Temer teria solicitado R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht para campanhas do PMDB (hoje MDB).

Temer tem negado todas as acusações.

Com informações do repórter Jovem Pan em Brasília José Maria Trindade:

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