Texto atribuído a coronel do Exército critica uso de Forças Armadas em ações de segurança

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2018 07h27
Fernando Frazão/Agência Brasil O texto é atribuído ao coronel Carlos Alberto Bastos Moreira e é intitulado “A todos os meus irmãos em armas” e faz uma crítica ao uso das Forças Armadas em ações de segurança pública

A reportagem da Jovem Pan teve acesso a um texto que passou a circular de maneira viral entre oficiais e soldados na intervenção no Rio de Janeiro.

O texto é atribuído ao coronel Carlos Alberto Bastos Moreira e é intitulado “A todos os meus irmãos em armas” e faz uma crítica ao uso das Forças Armadas em ações de segurança pública.

Confira o texto na íntegra:

“Não se iludam com aplausos de intervenção de EB. Nós não fomos feitos para isso, a não ser para policiarmos áreas em que já destruímos o inimigo praticamente de maneira total, pelo emprego total de nossas armas e poder de fogo. Não temos o perfil de patrulhar ações pontuais, em área completamente sob o poder do inimigo. Estão nos colocando (e a nosso potencial humano combatente) numa situação de fragilidade perante a lei do politicamente correto, qualquer militar que atira, que matar, certamente vai começar tendo sua arma recolhida, para exame balístico. Isso não existe para nós na guerra, nossa destinação.

Somos totalmente diversos de uma destinação da honrosa polícia, por princípios de emprego. O policial atira se a voz de prisão não for respeitada… Exército é feito para atirar primeiro e quem não quiser morrer que se renda. Totalmente diferente. Ou não funciona e só desmoraliza. Polícia é muito mais capaz de atuar nesses eventos pontuais de desordem. Nós somos profissionais do aniquilamento, embora muitos que já se tornaram “vovôs” tenham perdido a noção desse conceito. Temo muito por nossos rapazes, soldados, demais graduados e oficiais…. largados numa arena e tendo um braço amarrado ….Não se esqueçam ou por isso me critiquem : nós somos profissionais do aniquilamento do inimigo e só somos aptos a patrulhar áreas onde nosso potencial já se fez totalmente sentido. Não somos polícia. Polícia é coisa especializada. Nos somos o Caos. A guerra.

Temo a desmoralização… as armas recolhidas para balística pelos ” direitos humanos, etc, etc… Temo o tenente preso e abandonado pelos chefes (como já aconteceu no Alemão)…temo a proximidade de conversas com o inimigo. Temo mais um escândalo.

C2-50 Manual de Campanha da Cavalaria … art…parágrafo … ” é terminantemente PROIBIDO entabular conversações com o inimigo. Qualquer tentativa deste, nesse sentido, deve ser repelida pelas armas “..

Vai dar para fazer sem que a ” justiça” (que está em posição de emboscada) não condene o guerreiro que seguiu o regulamento..???..

Eu não consentiria a menos que houvesse Lei Marcial e estado de Guerra.

Eu gosto de soldados…

E quando uma mãe manda seu filho para servir ao Exército, ela até sabe que ele pode morrer em alguma guerra. Mas jamais se conformará se ele for preso por atirar em vagabundo”.

*Informações do repórter Claudio Tognolli

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