Universidades públicas criticam corte de gastos para o ensino superior no Orçamento de 2018

  • Por Jovem Pan
  • 22/11/2017 09h03 - Atualizado em 22/11/2017 12h07
Cecília Bastos/Jornal da USP Cecília Bastos/Jornal da USP Isso aconteceu durante a comissão geral que debateu no Plenário da Câmara, em Brasília, a crise nas instituições de ensino superior do País

Representantes de universidades públicas e parlamentares protestaram contra os cortes para o ensino superior previstos na proposta orçamentária para 2018 encaminhada pelo Governo ao Congresso.

Isso aconteceu durante a comissão geral que debateu no Plenário da Câmara, em Brasília, a crise nas instituições de ensino superior do País.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, a Andifes, Emmanuel Tourinho, disse que há redução drástica de orçamento dessas instituições: “houve uma manutenção do valor nominal de custeio do ano passado. O valor corrigido pela inflação é 20% menor que o que tivemos em 2014”.

Como um dos reflexos da crise orçamentária nas universidades, nessa terça-feira, o Hospital Universitário da USP fechou o pronto-socorro infantil.

A partir de agora, a unidade só vai prestar atendimento em casos de emergência que forem encaminhados por postos de saúde da região.

Além da unidade ser uma referência na zona oeste de São Paulo, também serve como local de estudos aos alunos das áreas de saúde.

Diante desse cenário, também nessa terça-feira, o Banco Mundial entrou no assunto e fez uma recomendação ao Brasil: recomendou que o país acabe com o ensino de graça nas universidades públicas.

Essa seria, segundo o relatório do Banco Mundial, a única saída para a crise das instituições. Que as famílias mais ricas paguem mensalidade para estudar em uma faculdade estadual ou federal.

O documento ressalta a ineficiência dos gastos públicos e afirma que uma reforma do sistema universitário poderia economizar até 50% do que é gasto hoje.

O relatório do Banco mundial ainda diz que o custo de um estudante em universidades públicas é de duas a cinco vezes maior do que estudantes em universidades privadas.

Mas o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, Emmanuel Tourinho, rebateu essa afirmação: “na verdade, 60% dos alunos que estão nas universidades federais vêm de famílias com renda bruta de até dois salários mínimos”.
Essa não foi a primeira vez que o Banco Mundial faz uma recomendação como essa ao Brasil.

*Informações do repórter Caio Rocha

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