USP tem maior reconhecimento internacional que regional e isso acende alerta, diz novo reitor

  • Por Jovem Pan
  • 15/11/2017 09h17
USP imagens USP imagens "Interessa aos contribuintes manter universidade em que grande parte das vagas é reservada para alunos do exterior? Essa discussão que temos que ter”, questionou

Diante da crise vivida pela Universidade de São Paulo e a queda da instituição no ranking global, há a preocupação sobre como ela é vista internacionalmente e se isso prejudicaria investimentos e avaliações futuras.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o novo reitor da USP, Vahan Agopyan, que assume em 2018, afirmou que “um reconhecimento maior no âmbito internacional do que no âmbito regional acende luz amarela para o reitor” e, por isso, intensificará o relacionamento com parceiros da América Latina.

“Eu, como reitor, minha preocupação não é oferecer universidade que busque melhores rankings, mas que atenda necessidades do nosso Estado e País. Se a USP contratar prêmio Nobel como professor, pulamos 20 casas no ranking. Se reservar vagas para alunos do exterior, pula 50 casas. Interessa aos contribuintes manter universidade em que grande parte das vagas é reservada para alunos do exterior? Essa discussão que temos que ter”, questionou.

Agopyan lembrou que a USP é pública e o problema, portanto, é mais complexo. “Eu respeito a avaliação externa, dou muita importância, analiso resultados e verifico se isso tem algum efeito ou não nas nossas atividades. Fiquei preocupado que em rankings regionais não estamos tão bem quanto nos internacionais”.

Hospital Universitário em crise

O novo reitor da universidade ressaltou a importância do HU por ser um hospital primário aos alunos da área de saúde, mas destacou que ele se tornou o único hospital da região oeste de SP.

“Fecharam dois hospitais públicos, um privado que aceitava SUS também fechou. E a carga ficou com HU. Essa carga deve ser compartilhada. É impossível, pelo seu tamanho, que HU possa dar conta e atender satisfatoriamente toda a região oeste. Sobrecarga também é nociva para o ponto de vista acadêmico. O que a reitoria está fazendo, e pretendo continuar, é conversar com as secretarias de saúde para compartilharmos essa responsabilidade”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o reitor da USP, Vahan Agopyan:

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