Economista diz por que bancos cobram taxas de juros tão altas
Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator, avalia que a liberação, pelo Banco Central, de R$ 6,5 do compulsório de dos bancos não vai mudar muito o cenário de crédito no Brasil.
“É uma quantidade muito modesta de recursos”, diz Gonçalves, explicando que o estoque de crédito é pouco mais de R$ 3 trilhões e alguns bilhões seriam apenas “uma gota d’água”.
“Os bancos ainda estão preocupados com as provisões que tiveram de fazer com a inadimplência dos últimos anos”, diz o economista para explicar a falta de créditos liberados pelos bancos. “O que os bancos cobram para emprestar é um número muito diferente, muito mais alto que a taxa básica de juros, a taxa a que eles têm acesso no Banco Central”, reconhece.
“Essa diferença entre custo e preço reflete as condições econômicas do mercado bancário. Nessas condições entra o fato de que o mercado de bancos comerciais é bastante concentrado”, disse o economista.
Explicando o que é o compulsório dos bancos, Gonçalves ilustra: “a gente deposita 10 reais, o banco pega um pedaço desses 10 reais e empresta a alguém para lucrar. Um pedaço desses 10 reais o banco tem que depositar no BC e não pode emprestar”.
Por causa do compulsório, “existe uma perda que ele (banco) em tese embute nos juros dos empréstimos”. “O banco deixa de poder emprestar a uma taxa determinada, portanto ele vai cobrar uma taxa maior”, pondera.
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