PT se nega a buscar opções para “espólio eleitoral” de Lula

  • Por Jovem Pan
  • 09/04/2018 15h23
EFE/Sebastiao Moreira Em meio a tumulto e após "resistir" por dois dias cercado por apoiadores, Lula deixa sindicato dos metalúrgicos e se entrega à Polícia Federal em São Bernardo do Campo

Com lacuna de lideranças, o PT insiste em dizer que Lula será candidato em mais uma tentativa de atacar a justiça. Além de preso, a lei da ficha limpa impede que o ex-presidente possa concorrer no pleito de outubro.

Já o ex-prefeito Fernando Haddad é o mais cotado a assumir o “espólio” eleitoral. O cientista político da Fundação Getúlio Vargas, Humberto Dantas, ressalta que o PT terá dificuldades ao longo da campanha.

“Os demais possíveis candidatos do PT testados não atingem cifras que se aproximam de 10 pontos porcentuais”, disse. “As campanhas começam em 16 de agosto. Isso significa que os candidato teria um mês para ouvir da Justiça um não e, nesse um mês, indicar seu substituto dentro do partido”, afirmou.

Humberto Dantas considera normal que, apesar de preso e punido pela ficha limpa, o PT continue destacando que Lula ainda é candidato.

O cientista político da UnB, Leonardo Barreto, avalia que qualquer “plano B” não terá tempo de se colocar diante dos eleitores.

“O ex-prefeito de São Paulo (Fernando Haddad) deve ser prejudicado numa possível candidatura como possível plano B. Essa estratégia de manter a candidatura de Lula compromete a candidatura do ex-prefeito. Haddad não é conhecido nacionalmente. Enquanto o PT estiver falando de Lula, vai deixar de falar de Fernando Haddad”, apontou.

Leonardo Barreto, da UnB, acrescenta que o PT deverá perder o protagonismo entre a esqueda democrática.

O cientista político Valdir Pucci acha que a transferência de votos de Lula para Fernando Haddad depende de quanto mais se adiar a escolha. Pucci lembra que nenhuma liderança no PT tem a projeção eleitoral do ex-presidente.

Os petistas evitam em falar de plano B, pois estariam reconhecendo que Lula não será absolvido e nem deixará a prisão.

Confira a reportagem de Thiago Uberreich e os comentários, de Brasília, de José Maria Trindade, ao Jornal Jovem Pan:

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