Jornalistas são hostilizados por militantes petistas após discurso de Lula

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2016 14h33
04/03/2016- São Paulo- SP, Brasil- Ex-Presidente Lula, durante entrevista a imprensa na sede do PT Nacional. Na foto, Lula, deixa a sede nacional do PT. Foto: Paulo Pinto/ Fotos Públicas Paulo Pinto / Fotos Públicas Saída de Lula da sede do PT em São Paulo

 Com gritos de “fora Macri” e “te cuida imperialista”, militantes petistas hostilizaram o repórter da Rede Argentina de Televisão, TN em frente ao diretório do partido dos Trabalhadores, no centro de São Paulo.

O Jornalista Franco Mercuriali havia chegado ao Brasil na tarde de sexta-feira (04/03) exclusivamente para a cobertura da 24ª fase da operação Lava Jato: “Viemos da Argentina cobrir que Lula iria se declarar. Estávamos transmitindo e militantes na frente da sede do Partido dos Trabalhadores criticaram nosso presidente Mauricio Macri e mostraram uma posição ideológica a respeito disso. Fizemos uma cobertura com a situação política, policial e econômica que vive o Brasil”.

Ele não foi o único jornalista que encontrou dificuldades para trabalhar: uma integrante do programa Profissão Repórter, da TV Globo, teve a câmera arrancada dos braços. A repórter só conseguiu deixar as imediações do diretório nacional do PT ao ser escoltada por outros petistas que não concordavam com as agressões. Mesmo assim, ela precisou ouvir gritos como fascista e golpista. O repórter da Globo Gabriel Prado também foi hostilizado.

O discurso da militância foi endossado por membros do partido como o deputado federal Wadih Damous: “Golpe de estado articulado por setores do poder judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, localizados na república de Curitiba e grandes meios de comunicação formam hoje um articulação tal qual 1964 para perpetrar um golpe de estado nesse país”.

Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa afirmou estar preocupada com as agressões cometidas contra jornalistas. A entidade enfatizou que esses atos de violência representam grave ameaça à liberdade de imprensa e inominável ofensa ao Estado de Direito. O documento ainda destaca que a recente história do país ensina como a sucessão de episódios de intolerância política costumam terminar. O presidente da instituição, Domingos Meirelles, argumenta não ser possível admitir que reações movidas pela paixão bloqueiem a razão e estimulem comportamentos que cerceiem o legítimo direito da sociedade ter livre acesso à informação.

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