Juiz do mensalão defende Moro: “mostrou os intestinos do poder”

  • Por Jovem Pan
  • 23/03/2016 12h24
Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil Sérgio Moro

 O juiz federal do trabalho, Marlos Melek, saiu em defesa do Juiz Sérgio Moro em relação à divulgação dos grampos sobre o ex-presidente Lula: “O juiz Sérgio Moro mostrou os intestinos do poder. Aquilo ali parece conversa de traficantes. Quando a gente ouve a conversa gravada na TV, no rádio, das interceptações telefônicas tem muito palavrão, muita palavra de baixo calão, muita linguagem inadequada. A liberação dessas escutas não é ilegal, porque a presidente da República não foi grampeada. Quem foi grampeado foi um cidadão brasileiro que não tem nenhum privilégio”.

Sobre a ligação de Dilma Rousseff em que foi mencionado o documento de posse do ministério do ex-presidente, Melek afirma que a intenção não era a de interceptar uma conversa da presidente e portanto, não houve nenhuma violação: “A presidente não teve grampo telefônico, não teve nenhum tipo de vigilância judicial. Quem teve foi um acusado. Agora, se a presidente telefonou para um cidadão que está sendo acusado de criminoso o que podemos fazer? Que culpa tem o juiz Sérgio Moro? Onde está a ilegalidade? Podemos questionar se deveria colocar no ar para o Brasil inteiro. Isso é outro aspecto. Se houve esse pequeno excesso do juiz nesse caso, ele vai responder por isso”. Atualmente , o juiz Marlos Melek está em Curitiba. Ele foi o primeiro a determinar uma sentença no processo do mensalão, a dois réus membros dos Correios.

Ao comentar o desemprego e crise econômica no País, Melek afirma que o Brasil precisa urgentemente concretizar a reforma trabalhista. Para ele somente com a modernização da legislação será possível evitar a enxurrada de ações que atravancam o judiciário: “Nós tivemos no ano que passou 3,5 milhões de ações trabalhistas novas no Brasil. Isso não sensibiliza mais ninguém. São 9 milhões de desempregados, estamos acostumados. Juízes do trabalho fazendo 30, 40 audiências por dia, dando sentenças até às 3h da madrugada, esse número é um absurdo”.

Informações: Daniel Lian

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