Mercosul começa a decidir quem irá ocupar presidência do bloco

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2016 09h04
Reprodução/Flickr/Felipe Almeida Reprodução/Flickr/Felipe Almeida Líderes do Mercosul estão reunidos no Paraguai para determinar novas diretrizes do bloco

Integrantes do Mercosul começam a decidir nesta segunda-feira (1º) quem irá ocupar a presidência do bloco pelos próximos seis meses.

Vaga desde a última sexta-feira (29), quando o Uruguai deixou o posto, a liderança deveria ser ocupada agora pela Venezuela, pelo critério da ordem alfabética.

No entanto, um racha político criou o impasse sobre quem deverá assumir a chamada presidência “pro tempore”. Paraguai, Brasil e Argentina se opõem a Caracas por causa de dois motivos: a crise econômica e o tratamento de Nicolás Maduro a opositores.

Professor do curso de Relações Internacionais da PUC São Paulo, Carlos Gustavo Teixeira explicou que o impasse reflete uma nova realidade do bloco.

“Por um lado representa um processo gradual de enfraquecimento do Mercosul, que não é de hoje. Esse episódio da presidência do Mercosul estar vaga reflete a situação atual da América do Sul, onde você tem uma diversidade ideológica um pouco maior”, disse.

Do outro lado está o Uruguai, que sustenta que não há justificativas jurídicas que impeçam a posse da Venezuela.

Professor de Direito e Relações Internacionais da FAAP, Marcus Vinicius de Freitas crê que a vacância demonstra um enfraquecimento do Mercosul.

Ele avaliou que, desde o início da década passada, o grupo errou ao priorizar aspectos políticos e deixar de lado questões econômicas.

Sobre a presidência do bloco, o professor defendeu a posição adotada pelo Uruguai, segundo ele, pela estabilidade jurídica: “tendo o vácuo de poder, alguém assume a função. Seria a Argentina, porque é o país que vem a seguir na ordem alfabética. Se Argentina assumisse por decisão de outros membros, ela poderia elevar o mercosul. Do ponto de vista legal, eu tendo a estar mais alinhado aquilo que os uruguaios pensam”

O presidente Michel Temer declarou que, para assumir o posto, a Venezuela deve cumprir todos os requisitos de adesão ao bloco, o que ainda não foi feito. Apesar das declarações, o Governo decidiu que não irá tomar nenhuma atitude mais efetiva até o fim do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

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