Mudança nos terminais pode confundir frequentadores de Cumbica

  • Por Jovem Pan
  • 18/11/2015 09h13
Carolina Ercolin/ Jovem Pan Terminal 1 do Aeroporto de Guarulhos vem depois do Terminal 4 para quem chega da Rodovia Helio Smidt

Pela primeira vez na história, os portões de embarque de Cumbica, em Guarulhos, terão nova numeração. Essa mudança já está valendo hoje, mas em dezembro, em pleno período de pico das férias, os terminais do areroporto mais movimentado da América Latina também serão renomeados.

A perspectiva é gerar confusão nos passageiros que frequentam Cumbica, que há três anos passou para a iniciativa privada. É bem provável que haverá confusão em Cumbica, segundo quem realmente interessa: passageiros. Um usuário do aeroporto conta: “Da outra vez eu precisei baixar um aplicativo, o GRU, para poder encontrar o que é o D, o que é C, onde é 1, onde é o 2”.

A mudança é drástica, mas necessária. Se você chega pela rodovia Helio Smidt, não faz sentido o terminal 4 estar localizado antes do 1, por exemplo. Nos portões, com a mudança, o primeiro dígito fará referência ao terminal que ele pertence, um padrão que é adotado em aeroportos ao redor do mundo.

Frequentador pede que a divulgação já comece a ser feita e teme que, pela proximidade do Natal e das Olimpíadas no Rio do ano que vem, isso possa gerar mais confusão entre os passageiros dos terminais.

Moderno

O maior aeroporto do Brasil começou a ganhar novos ares em 2012, quando foi à leilão e deixou de depender exclusivamente de verba federal. No ano seguinte, com a inauguração do Terminal 3, dedicado aos voos internacionais, de instalações muito mais modernas que as demais de Cumbica, os passageiros sentiram na pele como é viajar como um europeu em pleno território nacional.

Aysha, marroquina de passagem pelo país, compara São Paulo com París, Cumbica com Charles de Gaule.

Mudando de nacionalidade, mas ficando ainda no velho continente, o engenheiro viajante da equipe da Mercedez de F1, Cesar Gonçalves, faz uma leitura bastante semelhante. “Estava tudo limpo, cheguei, as minhas malas chegaram muito rápido”.

Bruna Ezequiel vive há 5 anos em Munique, na Alemanha, e percebe que em Guarulhos há mais pontos para carregar o celular que nos terminais europeus. “Mas em termos de organização, lá é melhor”, ressalta.

Precário

Mas é claro que nem tudo é um céu de brigadeiro.

O produtor de eventos Fabio Torres, por exemplo, recorda as amarguras do transporte público brasileiro antes mesmo de sair do terminal naquelas ocasiões em que é pegar um ônibus entre a aeronave e o desembarque. Padrão “sardinha em lata”, ou transporte público em São Paulo.

Os ônibus não comportam o número de passageiros das grandes aeronaves, diz Torres. “Tem muita gente de pé, pessoal não respeita o idoso”, relata. “Acaba cansando. Afinal, você já vem cansado de uma longa viagem e tem que ir de pé”.

O aeroporto também ganhou um hotel, o que ajuda e muito passageiros em conexão ou que perderam o vôo, como o engenheiro polonês Tomás Kowalski. Ele conta que além de ter sido obrigado a se hospedar fora do terminal, pegou um longo congestionamento no caminho

Segundo Tomás, apesar das melhorias visíveis em Guarulhos, a lentidão na alfândega resiste. “O problema é sempre com a Polícia Federal, que é devagar”, desabafa o polonês

Mas a corrida de obstáculos dos gringos para viajar por aqui não termina na PF.

As agruras dos estrangeiros para se comunicar dentro de Cumbica, a pouca infraestrutura externa e a falta da interligação do terminal com o transporte público são temas da reportagem desta quinta, que conclui o raio-X do maior aeroporto da America Latina que recebe quase 40 milhões de passageiros por ano.

Informações da repórter JP Carolina Ercolin

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