“Não veio nada de recurso federal ou estadual”, critica prefeito de Mariana

  • Por Jovem Pan
  • 04/11/2016 09h03
Mariana (MG) - O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, durante coletiva sobre o rompimento de barragens da mineradora Samarco no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas (Antonio Cruz/Agência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil prefeito de Mariana

O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, interior de Minas Gerais, completa um ano neste sábado. No dia 5 de novembro do ano passado, os rejeitos de mineração acumulados no reservatório devastaram o distrito de Bento Rodrigues, provocando a morte de 19 pessoas. A lama se espalhou por dezenas de cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo e chegou até o Oceano Atlântico.

Um ano após a tragédia, o prefeito de Mariana, Duarte Junior, criticou a falta de apoio dos governos federal e estadual. “Não tem nada de recurso do governo federal ou estadual. Não veio nada de nenhum dos dois”, disse em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan.

Duarte Junior destacou que ambos os governos parecem não se preocupar com os serviços essenciais que devem ser destinados à população.

“Tem coisas que não consigo entender como cidadão. Eles constituem a base de um fundo de R$ 20 bilhões com acordo entre governos e mineradoras, mas não incluem nisso que a cidade ganhe recursos. Eu preciso manter os serviços essenciais e R$ 20 bilhões não dão conta. Queremos que os serviços essenciais não deixem de ser cumpridos. Não queremos o dinheiro de ninguém, mas não pode utilizar o fundo para manter os serviços essenciais? não consigo entender”, disse.

A situação na cidade ainda é complexa e não é possível observar apenas por um ângulo. “Não há uma única solução”, segundo o prefeito. “Algumas coisas já aconteceram e faltam outras para acontecer. Falta muito a ser resolvido, tem que cobrar da empresa [Samarco]. É obrigação dela e ela não está fazendo um favor a ninguém”, reitera o prefeito de Mariana.

Responsável por 80% da receita do município, a mineração segue afetada um ano após o rompimento da barragem. “Situação é extremamente delicada”, relembrou Duarte Junior ao citar o desemprego crescente e a queda na receita.

Confira a entrevista completa:

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