Confira aqui o que você não ouviu em “Os Pingos nos Is” de 13/04/2017

  • Por Jovem Pan
  • 13/04/2017 14h24

O que Reinaldo Azevedo, Victor LaRegina e Vitor Brown não comentaram nesta quinta-feira (13), você confere aqui:

LULA – Ao comentar a lista de Fachin, em entrevista à Rádio Metrópole, Lula disse que não vai “rir nem chorar” diante das acusações “irreais” dos delatores da Odebrecht contra ele. Segundo o ex-presidente, ele agora vai “analisar corretamente, ler cada peça do processo”, ‘conversar com seu advogado e se preparar para o depoimento’, mas seguro de que não será preso, pois ele garante não ‘ter cometido crime’ e afirma que os acusadores não têm como prová-lo.

DILMA X PETROBRAS – Marcelo Odebrecht disse em seu acordo de delação que a ex-presidente da República Dilma e a ex-presidente da Petrobras Graça Foster sabiam que a empresa pagava propina ao PT e ao PMDB em contratos da estatal. O herdeiro afirmou que Graça foi avisada que a Odebrecht pagou propina aos dois partidos em um contrato de 840 milhões de dólares, acertado entre o ex-diretor Márcio Faria e os peemedebistas Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, em 2010. Segundo Marcelo, ‘tudo o que ele contou para Graça, ele contou para Dilma”. 

OUTROS LADOS – A ex-presidente Dilma afirmou que o delator “faltou com a verdade” e negou ter pedido recursos para campanha a ele. Graça Foster e Cunha não quiseram se pronunciar. A defesa de Henrique Eduardo Alves disse que as acusações são falsas e mentirosas.

PT X 150 MILHÕES – As delações da Odebrecht indicam que os pagamentos realizados pelo grupo a políticos chegaram a R$ 451 milhões. Desse total, R$ 224 milhões teriam sido repassados por obras e contratos nos governos federal, estaduais e municipais, e R$ 170 milhões por medidas provisórias, emendas parlamentares e resoluções legislativas que atendiam aos interesses da empreiteira. De acordo com os depoimentos, as maiores propinas pagas pela Odebrecht foram destinadas ao PT – cerca de R$ 150 milhões-, e estavam ligadas à compra e posterior aprovação de duas medidas provisórias.

KASSAB – Depoimentos de executivos e ex-executivos da Odebrecht indicam que o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, recebeu mais de R$ 20 milhões, entre 2008 e 2014, do grupo baiano em troca de sua atuação na Prefeitura de São Paulo e no Ministério das Cidades. Kassab teria usado parte dos pagamentos para criar o PSD. Segundo o ex-presidente de Infraestrutura da construtora Benedicto Júnior, Kassab, ao pedir quase R$ 18 milhões, afirmou que a Odebrecht sempre teria um aliado. Em nota, o ministro reafirmou “sua confiança na Justiça e ressalta que é necessário ter cautela com as informações prestadas por colaboradores, que não são provas”.

PT X DELAÇÕES – Após a lista de Fachin, a cúpula do PT deve reforçar o monitoramento de aliados que estão presos – e são potenciais delatores, como Antonio Palocci e João Vaccari Neto. O partido teme que, com o avanço das investigações da Lava Jato, o ex-ministro e o ex-tesoureiro fechem uma delação premiada com a Procuradoria. Segundo a Globo News, semanalmente, petistas fazem visitas aos ex-dirigentes da legenda e, depois, dão informes à direção do partido sobre a situação deles. 

FHC – Após seu nome ter aparecido na lista da Odebrecht, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que, se houve caixa dois nas suas campanhas de 1994 e 1998, isso não chegou ao seu conhecimento. Emílio Odebrecht disse ao MPF que houve o pagamento de “vantagens indevidas, de recursos não contabilizados no âmbito das campanhas” do tucano. Ao negar ilegalidades, FHC elogiou a Lava Jato: “É importante ir até o fundo das questões. O Brasil hoje precisa de transparência, e a Lava Jato está colaborando para que se coloquem as cartas na mesa. Vamos colocá-las. Eu não tenho nada a esconder, nada a temer”.

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