Pingo Final: empresas brasileiras também começam a pagar preço por incompetência oficial

  • Por Jovem Pan
  • 30/07/2015 10h20

Resultado do mês ficou 12 pontos percentuais abaixo do registrado em fevereiro de 2014

Agência Brasil dinheiro

Meu pingo final vai para a agência de classificação de risco Standard & Poor’s. As empresas brasileiras não existem no éter. Estão incorporadas à realidade política e econômica do país e sujeitas às mesmas vicissitudes. Depois de aplicar um viés negativo à nota brasileira, que já está a apenas um degrau de passar para a condição de grau especulativo, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota de 21 empresas brasileiras.

Oito delas ficaram  iguaizinhas ao Brasil: BBB-, com viés negativo. São elas Cesp, Comgás, Duke, Samarco Mineração, Taesa, Itaipu Binacional, Eletrobras e Braskem, as duas últimas investigadas na Operação Lava Jato. Já estavam nesse patamar e nele permaneceram Klabin S.A., Neoenergia S.A., Odebrecht Engenharia e Construção S.A. e a Petrobras.

Sim, a agência levou em consideração a situação de cada empresa, mas é evidente que a perspectiva do Brasil tem um peso imenso na avaliação. Um país em recessão de quase 2% e que deve ter um crescimento em torno de zero no ano que vem não compõe um cenário muito animador. E tudo fica mais difícil quando parte do PIB brasileiro virou, e está sendo tratado, como um caso de polícia.

A avaliação de risco de uma empresa ou de um país é uma medida objetiva, reconhecida pelo mercado mundial, para indicar a sua salubridade econômica. Quanto menor o risco, mais facilmente essas empresas — e os países — atraem investimentos e conseguem empréstimos a juros convidativos.

O estrago produzido ao longo desses 13 anos, ainda veremos, é bem maior do que parece.

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