Valcke, o número dois da FIFA, também foi indiciado

  • Por Jovem Pan
  • 02/06/2015 10h18

O secretário-geral da Fifa Folhapress Secretário-geral da Fifa

Reinaldo, o caldo pode engrossar para Jerôme Valcke, o número dois da FIFA?

Se as coisas se complicarem, ele terá de seguir o conselho que deu ao Brasil, nos dias que antecederam a Copa do Mundo, né? Lembrem-se: “You have to push yourself, kick your arse and just deliver this World Cup, and that’s what we will do”. Literalmente: “É preciso ter mais empenho, chutar a (própria) bunda e simplesmente entregar essa Copa do Mundo, e é isso que nós faremos”.

Não adianta dourar a pílula. Valcke, claro, quis dizer que os brasileiros precisavam “trabalhar, sair do marasmo, arregaçar as mangas, mexer-se…” Entre as muitas formas de sugerir isso, escolheu a metáfora do “chute no traseiro”. “Arse”, afinal, quer dizer “arse”, e “traseiro” é só uma tradução boazinha.

Pois é… Quem vai ter de “kick his arse”, de movimentar o traseiro, agora, tudo indica, é o próprio Valcke. Segundo o jornal The New York Times, funcionários do governo americano dizem, sob anonimato, que Valcke é o alto executivo da Fifa que transferiu, em 2008, US$ 10 milhões em propina para contas controladas por Jack Warner, então presidente da Concacaf, a confederação de futebol das Américas do Norte e Central. É esse dinheiro que faz Warner ser um dos enrolados no monumental escândalo da Fifa.

Valcke, secretário-geral e braço-direito de Joseph Blatter, presidente reeleito da entidade, não se envolveria em algo dessa natureza sem o consentimento do chefe.

Em e-mail ao jornal americano, ele afirmou que não enviou o dinheiro e que não teria poderes para isso. A Fifa também negou oficialmente que tenha sido ele o autor da operação. Por enquanto ao menos, o secretário-geral não é formalmente acusado de nada. Mas parece que o caso começou a rondá-lo.

Vai, Valcke, “kick your arse”… Mova esse traseiro!

E Ricardo Teixeira, o ex-todo-poderoso da CBF? A Polícia Federal o indiciou por evasão de divisas, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica. O Coaf teria repassado à PF a informação de que, entre 2009 e 2012, ele movimentou a bagatela de  entre 2009 e 2012 chegou a R$ 464,6 milhões.

Investigações do FBI apontam que Teixeira divide com José Maria Marin, que o sucedeu na CBF, e Marco Polo Del Nero, atual presidente, propina ligada aos direitos de transmissão da Copa do Brasil.

Digam-me cá uma coisa: os brasileiros que acompanham o futebol estão surpresos? Acho que não.

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