Pingo Final: Dificuldades do Brasil não têm nada a ver com crise mundial

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 09/07/2015 10h59
Marcos Santos/USP Imagens Economia

As dificuldades que o Brasil atravessa não têm nada a ver com a crise mundial, que não existe mais, todo mundo está cansado de saber. Mas é fato que já não se conta mais com uma facilidade que colaborava com as irresponsabilidades do lulo-petismo: a China não cresce mais a 10,4% ao ano, como em 2010.

Neste 2015, a previsão otimista é 7,1%; no ano que vem, 6,3%. Não é segredo para ninguém que não há mais a farra chinesa, que coincidiu com e colaborou para o boom no preço das commodities brasileiras — e de outras economias da América Latina. Alguns países souberam aproveitar e fizeram reformas. Outros resolveram transformar o bom momento em consumo e cocô. Foi o caso do lulo-petismo.

A festa acabou. Os preços das commodities despencaram, e não sobem tão cedo. E a China passou a crescer a níveis, vamos dizer, menos selvagens. O que já não andava bem por aqui piorou bastante. É por isso que o Brasil tem, sim, de se arrepiar quando há um sacolejo na economia chinesa, como o havido nesta quarta.

O mercado acionário daquele país despencou 30% na comparação com junho, que foi o pico. Analistas especulam sobre a possibilidade do estouro de uma bolha, de consequências imprevisíveis para a economia mundial, mas, ora vejam, especialmente negativas para o Brasil. O dólar disparou por aqui e chegou a R$ 3,23.

Este texto começou falando sobre preço de commodities. Pois é… O preço do minério de ferro despencou 11% na Bolsa, informa a Folha, para a cotação mais baixa desde 2009. Entre janeiro e junho, a receita decorrente das exportações do minério para a China caiu nada menos de 49%.

Se a China que crescia a 10% foi fundamental para alimentar a farra petista e, crescendo 7%, está tendo um peso importante para demonstrar como estavam errados os fundamentos da nossa economia, um sério abalo pode ser devastador para o Brasil.

A depender do caso, a China pode ser mais perigosa para Dilma do que o TCU…

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