Nova gripe aviária chega à Europa e ameaça países com menos recursos

  • Por Agencia EFE
  • 24/11/2014 15h49

Roma, 24 nov (EFE).- Um novo surto de gripe aviária detectado na Europa, similiar ao que se estendeu pela Ásia neste mesmo ano, ameaça o setor avícola, informaram nesta segunda-feira a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

Ambas organizações disseram que os países mais ameaçados são aqueles com menos recursos situados em torno do Mar Negro e no Atlântico oriental, atravessados por rotas migratórias de aves selvagens.

Na Europa, Alemanha, Países Baixos e Reino Unido já confirmaram a presença deste vírus em fazendas avícolas. Já o primeiro caso do continente detectado em animais selvagens no continente ocorreu com um pato, em território germânico.

Neste mesmo ano, a República Popular China, Japão e Coreia do Sul já constataram a presença do vírus H5N8 em fazendas e aves migratórias e aquáticas, afirmaram estas organizações internacionais.

As organizações apontaram, além disso, que o fato de ter localizado este vírus em três países europeus, tanto em aves selvagens como de curral em um período de tempo tão curto, sugere que os pássaros em liberdade têm um papel fundamental no contágio da doença.

Apesar de não haver confirmação se o H5N8 pode afetar humanos, o vírus é altamente patogênico para aves domésticas e afeta em grande medida frangos e perus, assim como pássaros selvagens em menor medida.

A FAO e a OIE assinalaram que os países com condições de biosegurança mais baixas e uma preparação veterinária mais limitada são os que apresentam um maior risco de contágio, que pode se traduzir em efeitos devastadores para o sustento de seus habitantes e para a economia e o comércio.

A aparição e propagação do H5N8, de acordo com estes organismos, demonstram a capacidade de evolução destes vírus, com grande impacto na saúde e na alimentação, e evidencia a necessidade de implementar sistemas de vigilância e mecanismos de controle.

Com o objetivo de proteger a subsistência das famílias que baseiam sua economia no comércio deste tipo de aves, a FAO e a OIE recomendaram que os países ameaçados pelo vírus adotem de uma série de medidas de prevenção.

Assim, aconselharam o aumento de esforços de vigilância para a pronta detecção do vírus, facilitação de uma resposta rápida por parte dos serviços veterinários, reforço das medidas de biosegurança para minimizar o contato entre aves domésticas e selvagens e conscientização dos caçadores e indivíduos do perigo deste vírus.

Até o momento, nenhum humano foi contagiado por este novo surto de gripe aviária, apesar de estar relacionado com o vírus H5N1 que se estendeu desde a Ásia até Europa e África entre 2005 e 2006.

Esta epidemia causada pelo H5N1, relacionada também com as pássaros em liberdade, provocou a morte de quase 400 pessoas e de centenas de milhões de aves domésticas. EFE

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