Bolsonaro: ‘Por que não tiram o Lula da cadeia para debater comigo?’

  • Por Jovem Pan
  • 14/10/2018 20h06 - Atualizado em 14/10/2018 20h10
EFE Bolsonaro alega que não pode participar de debates por recomendação médica

Candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro falou neste domingo (14) sobre a ausência dele em debates eleitorais. Ele voltou a afirmar que depende dos médicos e também disse que não debateria com o ex-presidente Lula.

“Querem que eu compareça a um debate de qualquer maneira, mas eu dependo de uma avaliação médica. Agora, eu vou debater com ele, Haddad? Por que não tiram o Lula da cadeia para debater comigo? Se bem que eu não iria debater com Lula de jeito nenhum. Mas o mais certo é o Lula, porque quem vai formar ministério é o Lula”, disse Bolsonaro, em transmissão de vídeo ao vivo pelo Facebook.

Preso desde abril pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá, Lula foi o candidato do PT até o início de setembro, quando teve sua candidatura impedida pela Justiça Eleitoral, em razão da Lei da Ficha Limpa, que proíbe condenados em segunda instância de serem candidatos. Haddad assumiu a chapa logo em seguida.

Confiante na vitória no segundo turno, o candidato do PSL afirmou que é “quase impossível” perder a disputa. “Vamos mudar o Brasil, não teremos outra oportunidade”, disse o capitão da reserva. Na primeira pesquisa de intenção de voto feito pelo Datafolha após o primeiro turno, Bolsonaro apareceu com 58% dos votos válidos, enquanto Haddad teve 42%. Uma pesquisa Ibope é esperada para amanhã.

Na transmissão ao vivo pelo Facebook, Bolsonaro voltou a cometer um ato falho em relação à facada que levou em Juiz Fora, Minas Gerais, durante campanha no primeiro turno. Assim como havia dito em entrevista à CBN na quinta-feira (11), o candidato disse que foi “vítima do que prega”. Depois, se explicou e afirmou que foi vítima da violência que combate.

O ato falho ocorreu enquanto Bolsonaro criticava Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Presidência no primeiro turno e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que insinuou que o MTST ocuparia a casa do Bolsonaro, por considerá-la improdutiva.

“Logo eles que dizem que eu que sou violento. Eles sempre se vitimizam. Eu não prego a violência, eu prego a não violência. Eu fui vítima daquilo que prego, a não violência”, disse em um primeiro momento. “Só para deixar bem claro, eu sou vítima do que eu combato. Eu combato a violência e fui vítima desse combate à violência, eu sofri um ato de violência”, afirmou em seguida, após ter sido corrigido por alguém da equipe dele.

Bolsonaro, inclusive, reforçou que, se eleito, vai tipificar como terrorismo a invasão de propriedades, urbanas ou rurais.

Em um ataque a Haddad, o candidato do PSL recorreu a trechos de obras acadêmicas do seu adversário para argumentar que quem representa risco à democracia é o petista e não ele. “Na tese de mestrado dele, ele fala do caráter socioeconômico do sistema soviético. Olha pelo que ele se interessa”, disse.

“E o orientador foi Paulo Arantes, que é um filósofo, importante pensador marxista. E tem gente que acredita que esse cara Haddad é democrata. É o fim da picada. E vão continuar falando que eu sou risco à democracia e não ele”, afirmou.

Com Estadão Conteúdo

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