Em debate sem Bolsonaro, Haddad e Ciro duelam por vaga no 2º turno

  • Por Jovem Pan
  • 01/10/2018 00h18 - Atualizado em 01/10/2018 00h34
Estadão Conteúdo Sem a presença de Bolsonaro, o principal alvo do embate televisivo foi o candidato do PT, Fernando Haddad, o segundo colocado nos levantamentos de intenções de vo

A uma semana da eleição mais importante desde a redemocratização do Brasil, a TV Record promoveu o penúltimo debate entre os principais candidatos à Presidência da República neste domingo, no desfecho de um final de semana intenso, marcado por manifestações nas ruas contra e a favor do líder nas pesquisas, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), que não compareceu ao encontro por questões de saúde — ele se recupera de um atentado sofrido no dia 6 de setembro, quando foi esfaqueado na cidade de Juiz de Fora (MG).

Sem a presença de Bolsonaro, o principal alvo do embate televisivo foi o candidato do PT, Fernando Haddad, o segundo colocado nos levantamentos de intenções de voto. Ciro Gomes (PDT) atacou Haddad pela proposta de convocar uma nova Constituinte caso eleito. Segundo Ciro, não cabe ao Presidente tal responsabilidade. Haddad argumentou que deseja criar condições para uma nova Constituinte. “Lula imaginava uma situação em que nós poderíamos criar as condições para que nós tivéssemos uma Constituição mais moderna”, disse o petista.

Ciro, entretanto, não poupou críticas. “Você não acredita em nenhuma palavra que você disse agora. Não existe poder constituinte no Presidente da República”, defendeu. Na visão de Ciro, as reformas precisam ser feitas seguindo os ritos no Congresso. O pedetista afirmou ainda que as palavras ditas por Haddad “foram postas” na boca dele porque ele estaria encarregado de “vingar” o partido na campanha.

O PDTista chegou a comparar a proposta do petista com a do vice de Jair Bolsonaro (PSL), General Mourão, que defendeu uma nova Constituição, mas sem Constituinte – ela seria elaborada por um grupo de “notáveis” e depois levada a um plebiscito. Haddad negou semelhança com o modelo defendido por Mourão. “Para mim, a liberdade e a democracia vêm sempre em primeiro lugar”, disse Haddad.

Outro ataque ao PTista veio do Cabo Daciolo (Patriota). Já imortalizado como “meme eterno” dessas eleições, ele foi para cima de Haddad logo no primeiro bloco. Ao ser perguntado sobre a questão de moradia por Boulos, Daciolo aproveitou o tempo para atacar o ex-prefeito de São Paulo. “Quatro anos como prefeito, não fez nada. E agora quer ser presidente”, disse. “Lula é um líder, você tem que aprender muito para ser um líder”.

Bolsonaro

Apesar de ausente, o candidato Jair Bolsonaro foi bastante lembrando durante o debate.  Geraldo Alckmin (PSDB) , por exemplo, aproveitou para alfinetar seu principal adversário no campo da direita e parabenizou as mulheres pelo movimento #EleNão, que realizou manifestações em diversas cidades do Brasil e do mundo neste sábado, 29, contra o capitão do exército.

As recentes falas polêmicas do vice de Jair Bolsonaro (PSL), General Mourão, foram utilizadas por Henrique Meirelles e Marina Silva para atacar a candidatura. “O vice dele quer acabar com o 13º e o adicional de férias. O economista dele quer trazer de volta a CPMF”, disse Meirelles, em referência às propostas defendidas por Mourão em eventos. Marina disparou: “Eu nunca vi na minha vida um candidato a presidente que diz que vai governar para os fortes”, disse, e emendou: “espero que no próximo debate ele (Bolsonaro) esteja para explicar seus projetos de País”.

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