Ex-mulher acusou Bolsonaro de furto de cofre, ocultação de bens e agressividade

  • Por Jovem Pan
  • 28/09/2018 08h06 - Atualizado em 28/09/2018 08h27
Reprodução Vídeo de mulher Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL)

Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), acusou o candidato de furto de cofre, ocultação de bens e relatou “comportamento explosivo” e “desmedida agressividade”. As informações constam de um processo de cerca de 500 páginas revelado nesta quinta-feira (27) pela revista Veja.

Segundo Ana Cristina, a renda Bolsonaro ocultou milhões de reais em patrimônio pessoal na prestação de contas à Justiça Eleitoral em 2006, quando concorreu como deputado federal — e foi eleito. A ex-mulher de Bolsonaro também disse que a renda mensal do deputado na época chegava a R$ 100 mil. Isso porque, segundo ela, ele recebia “outros proventos” além do salário de parlamentar. De acordo com a Veja, R$ 26,7 mil vinham das Câmara dos Deputados e outros R$ 8,6 mil como militar da reserva. Ela não especificou quais seriam as fontes extras.

Em outubro de 2007, Bolsonaro também teria furtado US$ 30 mil e mais R$ 800 mil (sendo R$ 600 mil em joias e R$ 200 mil em dinheiro vivo) de um cofre que ela mantinha em agência do Banco do Brasil. O caso foi registrado em boletim de ocorrência feito na 5ª Delegacia de Polícia Civil no dia 26 daquele mês. Ana Cristina chegou a ser chamada para depor duas vezes pela polícia, mas não compareceu. No ano passado, o caso foi dado como encerrado.

No processo, também consta o caso revelado pelo jornal Folha de S. Paulo na última terça-feira, de que Ana Cristina afirmou ao Itamaraty, em 2011, que foi ameaçada de morte pelo ex-marido e, por isso, deixou o Brasil rumo à Noruega. O relato está num telegrama reservado arquivado no órgão. Na época, Bolsonaro e Ana Cristina brigavam pela guarda do filho do casal, Jair Renan, então com 11 anos.

A separação do casal foi oficializada em 2008, depois de dez anos juntos.

Atualmente, Ana Cristina usa o sobrenome de Bolsonaro e é candidata a deputada federal pelo Podemos.

O que falam os ex-companheiros

A Veja, Ana Cristina se esquivou e não explicou sobre como resolveu o litígio e passu a apoiar Bolsonaro publicamente. “Quando você está magoado, fala coisas que não deveria”, afirmou.

Sobre as joias roubadas do cofre, a ex-mulher de Bolsonaro disse que eram coisas que havia ganhado do então companheiro.

Questionada pela revista sobre por que não atendeu às convocações para depor na polícia, Ana Cristina respondeu que não se sentia “à vontade”. “Iria dar um escândalo para ele e para mim. Deixei para lá”, disse. “Nós dois tínhamos um acordo de abrir mão de qualquer apuração porque não seria bom.”

Bolsonaro não quis dar entrevista.

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