Lula acredita que, impedido de ser candidato, se torna uma “vítima desnecessária” a “eles”

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2018 10h00 - Atualizado em 01/03/2018 10h01
EFE/Fernando Bizerra Jr. Condenado em 2ª instância a 12 anos de prisão, o ex-presidente acredita que o STF o livrará das grades: "Por isso tenho a crença de que vou ser candidato"

A despeito de estar condenado em 2ª instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 12 anos e 1 mês de prisão, e por isso inelegível segundo a lei da Ficha Limpa, o ex-presidente e pré-candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva mantém o discurso otimista de que concorrerá para voltar ao Planalto.

Em entrevista a Monica Bergamo na qual defendeu que os magistrados que o condenados sejam exonerados e punidos, Lula disse: “vamos aguardar, querida. Se eu acreditar que o jogo está definido, o que eu estou fazendo nesse país? Eu quero saber o seguinte: eu, proibido de ser candidato, na rua fazendo campanha, como eles vão ficar? Eles estão me transformando numa vítima desnecessária”.

Lula diz esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) – que deverá julgar o habeas corpus no qual sua defesa pede para ele não ser preso – analise o processo, depoimentos e provas e tome uma decisão. “Por isso tenho a crença de que vou ser candidato”, frisou.

Questionado sobre sua situação em comparação à do ex-presidente Getúlio Vargas, que se suicidou, o petista disse: “não vou me matar. Eu gosto da vida pra cacete. E quero viver muito. Tô achando que eu sou o cara que nasceu para viver 120 anos”.

Sobre o apoio escasso que recebe das “ruas”, Lula disse que o povo ainda “não foi chamado”, apesar da mobilização do PT para convocar seus apoiadores durante a audiência do ex-presidente ao juiz Sergio Moro e no julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. “Não duvidem do povo na rua porque ele pode vir”, previu.

Lula confirmou que seus adversários não o querem na disputa porque vislumbra a possibilidade até de vencer no primeiro turno a disputa. “Não acho que ninguém acredita na possibilidade de eu ser candidato”, declarou o petista.

O petista também analisou o cenário eleitoral e criticou o pré-candidato de esquerda Ciro Gomes (PDT), que tem feito críticas contra ele. “(O Ciro) anda falando demais. O Ciro ou vai para a direita ou não pode brigar com o PT”, disse,

O ex-presidente aposta em uma disputa entre PSDB e PT neste ano.

“Vamos ser francos: pela direita, ninguém será presidente sem o apoio dos tucanos. Pela esquerda, ninguém será presidente sem o PT. Eu, se entendo um pouco de política, vou dizer uma coisa: a disputa deverá ser outra vez entre tucanos e PT”, projetou.

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