Manuela pede esquerda unida e diz: “Lula está preso pois lidera pesquisas”

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2018 15h42 - Atualizado em 01/08/2018 16h12
FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Boa parte da fala de Manuela voltou-se a defender bandeiras feministas

Durante o discurso após ser aclamada candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila fez um aceno ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontado como pré-candidato do PT apesar de estar preso e condenado e condenado em 2ª instância no caso tríplex da Lava Jato e, portanto, inelegível,

Manuela também fez um aceno defendendo a união dos partidos de esquerda.

“O maior líder popular da história desse país está encarcerado de forma injusta, sendo inocente”, disse a candidata comunista, afirmando que Lula foi preso por um “Estado de exceção”. “Lula está preso porque lidera as pesquisas (de intenção de voto)”, resumiu.

Segundo Manuela, “revogaram 250 anos de iluminismo penal” e hoje no Brasil não existiria presunção de inocência nem juiz imparcial. A candidata afirmou que “o pobre na periferia” já sentia essa realidade, mas que Lula é o ponto máximo da suposta perseguição judicial.

Para Manuela, os opositores querem “amaldiçoar a política, perseguir a esquerda e transformar os tribunais em tribuna”. A pecedobista defende uma saída da crise por meio da política e criticou a ideia de que os administradores devem ser técnicos que se preocupam com a questão financeira e buscam os interesses do “mercado”.

“Destruir a política é um modo de impor o domínio do capital”, declarou.

No final do discurso, Manuela voltou a manifestar seu apoio ao ex-presidente: “eu sou candidata para não baixarmos a bandeira de defesa da liberdade de Lula, preso injustamente por esse Estado de exceção”.

União da esquerda

Dando a entender que poderá abrir mão da candidatura em um segundo momento, Manuela voltou a defender a união das siglas à esquerda.

Recitando verso de Carlos Drummond de Andrade, a gaúcha disse: “não nos afastemos muito, vamos de mão dada”. “Nós nunca fomos e nunca seremos óbice de nosso campo político”, garantiu Manuela.

“Nós não podemos permitir que eles (adversários), com suas roupas variadas, destruam os direitos de homens e mulheres”, discursou.

Feminismo

Boa parte da fala de Manuela voltou-se a defender bandeiras feministas. A candidata do PCdoB se disse “a única candidatura feminista da esquerda nessas eleições”.

Para a candidata, ocorre hoje uma “narrativa machista nunca antes vista na história brasileira”. “Quem participou das manifestações de resistência ao golpe (impeachment de Dilma Rousseff) sabe que foram as mulheres que naquela hora se levantaram com maior força”, exemplificou a candidata.

“São as mulheres as primeiras a serem demitidas do mundo do trabalho”, disse ainda a deputada estadual gaúcha, afirmando que a reforma trabalhista afeta principalmente o gênero feminino. “Quanto de nós conhecemos um homem que abandonou o trabalho pela falta de uma vaga em creche?”, questionou,

“Estamos vivendo a um processo social profundo, que muitos chamam de primavera das mulheres”, classificou Manuela, após afirmar que sente um “vento forte do feminismo”.

Manuela D’Ávila também defendeu direitos LGBT o direito ao aborto. A candidata se referia a seu público como “camaradas”. Confira o discurso completo de Manuela, que se referia aos seus interlocutores como “camaradas”:

Convenção Nacional do #PCdoB: Manuela d'Ávila candidata a Presidenta da República "Por um Brasil com futuro" #ManuAoVivo #ManuEla2018 #Manu2018

Publicado por Manuela D'Ávila em Quarta-feira, 1 de agosto de 2018

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