Mesmo um dia antes da votação, pesquisas já erraram resultado das eleições

  • Por Caio Menezes
  • 06/10/2018 12h48 - Atualizado em 07/10/2018 10h54
JONNE RORIZ/ESTADÃO CONTEÚDO urna eletrônica Desde 2010, resultados nas urnas têm sido diferentes dos apontados nas pesquisas de intenção de voto

Usadas para medir a evolução dos candidatos durante a campanha, as pesquisas de intenção de voto são um bom indicativo do cenário político e do provável resultado das eleições, mas isso não significa que elas consigam cravar quem será eleito antes das votações. Desde 2010, apenas uma vez as pesquisas que foram divulgadas pelos institutos Ibope e Datafolha no dia anterior à votação em primeiro turno realmente acertaram o resultado das urnas, levando em conta as duas eleições presidenciais e as duas eleições municipais que aconteceram em São Paulo nesse período.

Nas eleições presidenciais de 2010, a pesquisa divulgada pelo Ibope um dia antes da votação cravava que Dilma Rousseff (PT) venceria a disputa no primeiro turno. A candidata tinha 51% dos votos válidos, contra 31% de José Serra (PSDB) e 17% de Marina Silva (PV). Já a pesquisa do Datafolha, divulgada no mesmo dia, dava 50% dos votos válidos para Dilma, contra 31% de Serra e 17% de Marina.

O resultado nas urnas foi diferente: a petista teve 46,9% dos votos válidos, enquanto o candidato do PSDB ficou com 32,6% e Marina com 19,3%, o que forçou um segundo turno entre Dilma e Serra. As pesquisas do segundo turno acertaram o resultado: 56% dos votos para Dilma e 44% para Serra.

Nas eleições seguintes, em 2014, as pesquisas de intenção de voto de Ibope e Datafolha divulgadas no dia anterior à votação do primeiro turno foram mais certeiras. O primeiro instituto dava 46% dos votos válidos para Dilma Rousseff (PT), 27% para Aécio Neves (PSDB) e 24% para Marina Silva (PSB). O segundo indicava 44% para Dilma, 26% para Aécio e 24% para Marina. Nas urnas, a petista teve 41,5%, o tucano 33,5% e a candidata do PSB 21,3%. Os dois institutos também acertaram o resultado do segundo turno, que reelegeu a ex-presidente.

Viradas em São Paulo

Nas eleições municipais de São Paulo, os institutos de pesquisas parecem encontrar dificuldades maiores para prever os resultados. Tanto em 2012 quanto em 2016, as intenções de voto registradas no dia anterior às votações foram diferentes aos resultados finais.

Em 2012, a pesquisa do Ibope dava 26% dos votos válidos para Celso Russomano (PRB), 26% para Fernando Haddad (PT) e 26% para José Serra (PSDB). Já o Datafolha indicava 24% para Serra, 23% para Russomano e 20% para Haddad. Nas urnas, o resultado foi completamente diferente: o tucano ficou 30,7%, o petista teve 28,9% e o candidato do PRB teve 21,6% dos votos válidos. No segundo turno, ambos os institutos previram a vitória de Fernando Haddad.

Nas eleições de 2016, a surpresa se repetiu. A pesquisa do Ibope divulgada um dia antes da votação do primeiro turno dava 35% das intenções dos votos válidos para João Doria (PSDB), 23% para Celso Russomano (PRB) e 19% para Marta Suplicy (PMDB). A pesquisa do Datafolha indicava 44% para Doria, 16% para Russomano e 16% para Fernando Haddad (PT). No resultado oficial, o tucano levou a disputa ainda no primeiro turno, cenário que não foi previsto por nenhuma das duas pesquisas: Doria teve 53,2% dos votos válidos, contra 16,7% do petista e 13,6% do candidato do PRB.

Tanto o Ibope quanto o Datafolha irão divulgar as últimas pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno das eleições deste ano neste sábado (6).

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