“A moda não é só glamour”, afirma Natália Nascimento, criadora do projeto “Estilosos no Metrô”

  • Por Camila Cechinel / Jovem Pan
  • 01/06/2015 16h09
Reprodução / Instagram O projeto "Estilosos no Metrô" foi criado em dezembro de 2014 e tem mais de 4 mil seguidores no Facebook

Quem está acostumado a usar o metrô de São Paulo sabe que, em meio ao caos do transporte público, as pessoas estão sempre correndo contra o tempo. Mas foi justamente lá que a produtora de moda Natália Nascimento, de 27 anos, enxergou uma verdadeira passarela de moda. Criadora do projeto “Estilosos no Metrô”, ela usa apenas a câmera do celular para fotografar os mais variados perfis encontrados nas estações. O resultado, ela coloca nas redes sociais.

Em entrevista à Jovem Pan Online, ela contou que é na rua que se vê o que realmente é tendência, o que as lojas vendem e o que as pessoas gostam de vestir. “Às vezes, a gente olha uma revista, um editorial, e aquilo não é o que vai ser usado na rua. Com meu trabalho, tento mostrar para as pessoas que a moda não é só glamour, não é só desfile”, afirma, dizendo que é adepta a compras em brechós para se evitar o gasto excessivo em roupas e acessórios.

Nascida em Taubaté, interior de São Paulo, e criada em São José dos Campos, Natália revela que nunca tinha andado de metrô até se mudar para a capital, em 2013. E foi justamente nas estações, onde circulam cerca de 3.8 milhões de usuários todos os dias, de acordo com a Companhia Metropolitana de São Paulo, que ela se encantou pela moda de rua. 

“A estação Consolação é, sem dúvida, a mais estilosa de São Paulo”, disse. Ela ainda explicou o que leva em consideração na hora de avaliar um perfil: “o que eu observo é se a pessoa está usando alguma coisa diferente do que a maioria. Pode ser um detalhe, como uma faixa no cabelo, ou até mesmo um sapato inusitado”.  

Apesar de já ter percebido que os usuários do metrô estão sempre com pressa, Natália garante que, ainda assim, lá é o lugar mais fácil para abordar os estilosos. “Acho que na rua as pessoas não falariam comigo por medo de serem assaltadas. Dentro das estações, quando eu explico a minha intenção, as pessoas se sentem homenageadas e acabam posando para mim”.

Atualmente desempregada, a produtora de moda não recebe nenhum dinheiro para manter o projeto. Ela, que pretende expandir o negócio para fora de São Paulo, atualiza todas as redes sociais (FacebookInstagram, Twitter e Blog) sozinha e está em busca de parcerias para tentar lucrar com o trabalho.

“É gratificante ver as pessoas felizes depois que eu falo que elas estão estilosas, bem vestidas. Fui duas vezes para o Rio de Janeiro e também fotografei nas estações de lá. Agora que o projeto está crescendo, algumas empresas já estão me procurando para fazer parceria, mas ainda não tenho nada fechado”, concluiu.

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