Problemas com Maroon 5 mostram que o show no Super Bowl deixou de ser o sonho dos artistas

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2018 11h33 - Atualizado em 20/12/2018 15h16
Reprodução Liga está envolvida há algum tempo em uma grande polêmica sobre racismo

O show de intervalo na final do Super Bowl é sempre um grande evento. Anualmente, a apresentação de 13 minutos é assistida por 100 milhões de pessoas. Neste ano, de acordo com fontes da revista Variety, a banda Maroon 5 deve ser a anfitriã. Acontece que o grupo está com dificuldades para montar uma performance – e até para encontrar artistas que aceitem fazer participações especiais.

Uma das razões é o próprio local da partida. A final da competição da NFL (liga de futebol americano) acontecerá em Atlanta, uma das cidades em que se desenvolveu a música negra. Pensando nisso, a banda, composta apenas por homens brancos, começou a procurar artistas negros para compor o show. Até o momento, porém, teve ao menos seis convites negados. Entre eles estariam Cardi B, Mary J. Blige, Usher, Lauryn Hill e Nicki Minaj. Tudo porque a liga está envolvida há algum tempo em uma grande polêmica sobre racismo.

Em 2016, o quarterback Colin Kaepernick começou a protestar antes dos jogos. Ele se recusava a se manter em pé e a prestar homenagem ao hino nacional dos EUA. A manifestação era uma resposta à onda de brutalidade policial contra jovens negros que o país viveu naquele ano (e que resultou até mesmo em mortes).

Como resultado, a NFL sugeriu enfaticamente que os times não tivessem Kaepernick em seus elencos. O recado foi compreendido pelas diretorias dos clubes. O quarterback está fora dos gramados desde então.

Outra razão possível é de ordem financeira. A apresentação durante o intervalo não é remunerada pela NFL. No entanto, um comercial exibido durante a final custa caro. A de 2018, que aconteceu em fevereiro, cobrava cerca de 6 milhões de dólares, o equivalente a R$ 23,5 milhões, pela exibição de um vídeo de apenas 30 segundos.

Para o relações públicas da LaBrea Media, Howard Bragman, a NFL tem um desafio nas mãos. Ele explicou que se outras emissoras perceberem as fraquezas do show de 2019, os rendimentos podem cair. ” Não há dúvida de que será um desafio para o Maroon 5. Eles poderiam colocar um coro de 500 pessoas lá ou encontrar um composto por crianças locais. Independentemente disso, tem que ser diverso. É quem é o público e esse é o mundo em que vivemos”, disse à Variety.

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